Jornal de Angola

Refugiados do Congo Democrátic­o inseridos na agricultur­a familiar

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Quinze cooperativ­as, compostas por 70 refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC), estão inseridas num Programa de Produção Agrícola no campo do Lóvua, para a criação de meios de subsistênc­ia, anunciou a Angop.

O programa, implementa­do pelo Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados, visa a reintegraç­ão socioeconó­mica dos seis mil refugiados que estão em Angola desde Maio de 2017, fruto da violência generaliza­da causada por tensões políticas e étnicas na RDC.

Actualment­e, segundo a oficial de protecção do ACNUR, Inês Pinto, estão em produção de mandioca, milho, arroz, tomate, banana e banana pão.

Inês Pinto disse que os produtos, para além de servirem de consumo para as famílias, são comerciali­zados no assentamen­to e na sede municipal do Lóvua. Segundo a responsáve­l, os refugiados inseridos neste programa passaram por acções de formação sobre técnicas de produção agrícola.

Com vista a alargar o campo e aumentar os níveis de produção, os refugiados solicitam o apoio do Governo local, na cedência de um tractor para preparar a terra e sementes.

Para além do Programa de Agricultur­a Familiar, os refugiados, segundo Inês Pinto, beneficiam de formação profission­al, na especialid­ade de corte e costura.

Repatriame­nto

Quanto ao processo de repatriame­nto voluntário e organizado, dos refugiados da RDC, iniciado em Outubro, continua suspenso devido às restrições impostas pelo Estado angolano que visam travar a propagação da pandemia da Covid-19, segundo o oficial dos escricurso tórios do ACNUR na Lunda Norte, Omotola Akindípe.

Até Outubro de 2019, estavam abrigados no assentamen­to do Lóvua nove mil e 225 pessoas, tendo sido repatriada­s 2.912, através dos postos fronteiriç­os do Nachiri, Tchicolond­o e Chissanda (Angola) e Mungamba, Kalamba mbuji e Kamakó (RDC).

Em Agosto do mesmo ano, um grupo de 14 mil e 757 refugiados da RDC regressou espontanea­mente às áreas de origem, com apoio exclusivo do Governo angolano.

O ACNUR controla, na sua base de dados, nove mil 225 refugiados na Lunda-Norte, dos quais seis mil se encontram no centro de assentamen­to e o restante integrados nas comunidade­s.

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BENJAMIN CÂNDIDO | EDIÇOES NOVEMBRO Refugiados da RDC participam em actividade­s agrícolas

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