Ana Catarina acusa dirigentes desportivos
Na hora da despedida da Associação Provincial de Futebol de Luanda (APFL), a vicepresidente cessante Ana Catarina acusa os dirigentes de diferentes instituições desportivas pelo desprezo dado ao futebol feminino. A dirigente cita a falta de material desportivo e de dinheiro para sustentar o escalão.
Em declarações ao Jornal de Angola, Ana Catarina manifesta preocupação pelo futuro do sector feminino.
“Ninguém quer apoiar o futebol feminino. Está difícil obter material desportivo e dinheiro para custear as despesas com transportes, por exemplo. As atletas movimentam-se de casa para os treinos e vice-versa a expensas próprias. Há falta de apoios”, disse.
Ana Catarina critica a postura de Artur de Almeida, presidente cessante da Federação Angolana de Futebol (FAF), por não honrar a promessa feita durante a campanha eleitoral de 2016 sobre o apoio ao futebol feminino.
“A FAF fez pouco para o desenvolvimento do futebol feminino. Nunca vi qualquer apoio. A vice-presidente da FAF, Sónia Anastácio, movida pelo amor ao desporto, tirou muitas vezes dinheiro do seu bolso para apoiar as atletas”, lembra com tristeza.
O silêncio sobre o futebol feminino em Luanda é “uma falsa questão”, pois “existem duas selecções nacionais formadas maioritariamente por atletas locais”, disse.
“Se não tivéssemos atletas, não teríamos as duas selecções femininas. As nossas competições são regulares”, disse Ana Catarina.
A Associação Provincial de Futebol de Luanda controla 200 atletas femininas de oito equipas, mormente, 1º de Agosto, Estrela de Viana, Gabriela FC, Sol Nascente, Kilamba FC, Paulo FC, Gira Jovem, Sporting de Zango e Progresso FC, nos escalões de Sub-17 e Sub-20.
Além de campeonatos provinciais, a APFL faz disputar regularmente a Taça Luanda, a Taça Sílvia Cabral, MarçoMulher, 14 de Abril (sub-17), Torneio 17 de Setembro e Zonal (com a participação de equipas de outras províncias).
O 1º de Agosto domina as competições provinciais nos últimos três anos em Luanda.