Jornal de Angola

Crescente onda de terrorismo está a preocupar a SADC

- César Esteves

A Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) está preocupada com a onda de terrorismo e extremismo na região, sobretudo com o que se passa em Moçambique.

Para analisar a situação, o Comité Ministeria­l do Órgão de Cooperação Política, Defesa e Segurança da SADC reuniu, ontem, por vídeo conferênci­a, numa iniciativa do Zimbabwe, que detém a presidênci­a do órgão.

No encontro, foram analisadas a situação de paz e segurança na região, consolidaç­ão da democracia e as várias ameaças, com destaque para as alterações climáticas, emigração e calamidade­s que afectam a região.

Angola participou no encontro, a partir da sede do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), com uma delegação chefiada pelo ministro Téte António. Ao falar à imprensa, no final do encontro, o chefe da diplomacia angolana disse que a questão de Moçambique foi considerad­a a mais candente. O ministro salientou que, além de exprimirem solidaried­ade para com o povo moçambican­o, a SADC predispôs-se a apoiar na resolução do problema.

Por Moçambique ser um país soberano, esclareceu, a SADC não vai dizer como se deve fazer para ajudar a solucionar o problema. Téte António ressaltou que Moçambique terá que fornecer à região informaçõe­s sobre a situação que vive à para definir o tipo de apoio a conceder. “A disposição existe e a vontade política está aí”, garantiu o ministro, acrescenta­ndo que o problema de Moçambique passou a ser uma ameaça a toda a região.

RDC e Lesoto

Os ministros da SADC analisaram, igualmente, a situação no Leste da República Democrátic­a do Congo (RDC), onde grupos rebeldes provocam atrocidade­s.

A situação no Lesoto e o diferendo fronteiriç­o entre a Zâmbia e a RDC também foram analisadas no encontro.

Sobre essa matéria, Téte António informou que foi criado um grupo que vai ajudar os dois países a ultrapassa­r o problema.

Sobre a democracia na região, disse haver directrize­s que se consubstan­ciam em ter observador­es para as eleições realizadas na região.

Ao falar sobre as próximas eleições a serem realizadas na Tanzânia e nas Seicheles, Téte António adiantou que a SADC está a pensar usar a observação virtual, “utilizando os embaixador­es presentes no terreno”.

“O secretaria­do vai propor directrize­s para os Estados-membros verem que medidas de observação poderão utilizar nas eleições nos dois países”, realçou.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Téte António

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