OMS pede 27,9 mil milhões de euros para testes, vacinas e medicamentos
Um total de 31,3 mil milhões de dólares vai ser necessário para produzir testes, vacinas e medicamentos contra a Covid-19 e distribuí-los de forma equitativa no mundo, estimou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A cifra foi mencionada em comunicado, na véspera de uma conferência mundial de doadores, co-organizada pela Comissão Europeia e na qual é esperada a intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de chefes de governos europeus.
Em 24 de Abril, a OMS e os seus parceiros lançaram uma iniciativa para acelerar o desenvolvimento, a produção e o acesso equitativo a novos meios de diagnóstico, terapias e vacinas contra o coronavírus na origem da pandemia da Covid-19.
Segundo a OMS, é necessário um financiamento de 31,3 mil milhões de dólares durante os próximos 12 meses. A verba, da qual já foram prometidos 3,4 mil milhões de dólares, destina-se a produzir e distribuir 500 milhões de testes e 245 milhões de tratamentos nos países menos ricos até meados de 2021.
Outra parte do financiamento visa assegurar, até ao fim de 2021, dois mil milhões de doses de vacinas no mundo, dos quais metade são para os países menos desenvolvidos.
Para as vacinas são necessários 18,1 mil milhões de dólares (16,1 mil milhões de euros), um montante que representa mais de metade do 'bolo financeiro'. De acordo com a OMS, 15 vacinas candidatas estão em ensaios clínicos. “É um investimento que vale a pena ser feito. Se não nos mobilizarmos agora, os custos humanos e as repercussões económicas vão agravarse”, avisou em conferência de imprensa a enviada especial da OMS para a iniciativa “ACT Accelerator”, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala.
O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que, no contexto da Covid-19, todas as pessoas “devem ter acesso a todas as ferramentas de prevenção, detecção e tratamento”, e não apenas quem pode pagar”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu a “colaboração activa de governos, indústria, sociedade civil e comunidades”, assinalando que “as ferramentas de luta contra a Covid-19” só são “realmente efectivas” com um “ingrediente essencial”, a solidariedade.