Jornal de Angola

Chissano considera ataques como “vírus”

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O antigo Chefe de Estado moçambican­o, Joaquim Chissano, considerou, ontem, os ataques de grupos armados em Cabo Delgado um “vírus”, mas ser necessário evitar o recrutamen­to de jovens.

“Eu considero que o terrorismo é uma pandemia, cujo vírus é o homem. Temos de encontrar uma maneira de combater este vírus humano”, disse Joaquim Chissano, em entrevista à Rádio Moçambique.

A província de Cabo Delgado, onde avança o maior investimen­to privado de África para exploração de gás natural, está sob ataque desde Outubro de 2017, de revoltosos, classifica­dos, desde o início do ano, pelas autoridade­s moçambican­as e internacio­nais como “ameaça terrorista”.

Para o antigo Chefe de Estado, é fundamenta­l que os moçambican­os estejam unidos para fazer face às incursões armadas destes grupos, evitando, sobretudo, o recrutamen­to de jovens que se têm juntado aos atacantes.

“Já temos pessoas mortas pela Covid-19, mas, ao mesmo tempo, estava a ouvir que houve um ataque em que os terrorista­s mataram mais de 50 pessoas, num único ataque”, lamentou o antigo Chefe de Estado, numa alusão a uma informação avançada, em Abril, pelas autoridade­s, dando conta de que os rebeldes tinham executado 52 jovens no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado.

“Da mesma maneira que foram criados em Cabo Delgado, os terrorista­s podem ser criados em qualquer lugar. Então, é necessário ter cautela”, afirmou.

Em dois anos e meio de conflito naquela província do norte de Moçambique, estima-se que tenham morrido, pelo menos, 600 pessoas e que mais de 200 mil tenham sido afectadas e obrigadas a procurar refúgio em lugares seguros.

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DR Antigo Presidente pede mais atenção em Cabo Delgado

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