Jornal de Angola

Lançado apelo ao cessar-fogo “urgente”

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Itália, Alemanha e Estados Unidos pressionar­am, ontem, para um cessar-fogo e diminuição das tensões na Líbia, após um aviso do Egipto de que pode intervir militarmen­te se forças apoiadas pela Turquia atacarem a cidade estratégic­a de Sirte.

O chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, e o homólogo alemão, Heiko Maas, disseram, após um encontro, em Roma, que é urgente um cessar-fogo na Líbia, tendo em conta a ameaça egípcia.

Di Maio pediu, também, rápida nomeação de um novo enviado da ONU e a aplicação estrita do embargo de armas pelas Nações Unidas à Líbia. “Se pararmos ou reduzirmos fortemente a chegada de armas, seremos capazes de reduzir a agressivid­ade das partes líbias no conflito”, disse o ministro dos Negócios Estrangeir­os italiano, citado pela agência norteameri­cana Associated Press.

O poder na Líbia, em caos desde o assassinat­o de Muammar Kadhafi, em 2011, é disputado pelo Governo de Acordo Nacional (GAN, sediado em Tripoli e reconhecid­o pela ONU), que conta com ajuda da Turquia, e pelo homem forte do leste do país, o marechal Khalifa Haftar, apoiado pela Rússia, Egipto e Emirados Árabes Unidos.

O Presidente do Egipto, Abdel Fatah al-Sissi, alertou, no sábado, que uma tentativa de ataque à Líbia, apoiado pela Turquia, a Sirte ou à base aérea de al-Jufra passaria na “linha vermelha” e desencadea­ria uma intervençã­o militar directa do seu país no conflito.

Al Sissi disse que a intervençã­o visaria proteger a fronteira ocidental do Egipto e criar estabilida­de na Líbia, incluindo estabelece­r condições para um cessar-fogo neste país rico em petróleo.

No mesmo dia, o porta-voz da Presidênci­a turca, Ibrahim Kalin, disse à agência France Press, que a instauraçã­o de um cessar-fogo duradouro na Líbia passa pela retirada das forças de Haftar de Sirte.

O marechal lançou, em Abril de 2019, uma ofensiva para ocupar Tripoli, que já causou centenas de mortos e cerca de 200 mil deslocados, mas as forças do GAN, com a ajuda da Turquia, recuperara­m, no início deste mês, o controlo do conjunto do noroeste do país e avançam em direcção a Sirte.

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