Jornal de Angola

32 infecções em 24 horas

Voos comerciais para Angola continuam interditos Mantém-se a cerca sanitária a Luanda e ao Cuanza-Norte

- Alberto Pegado e Xavier António

Angola atingiu, nas últimas 24 horas, a maior cifra de infecções em apenas um dia, desde o início da pandemia, com o registo de 32 casos positivos, superando, o anterior recorde de 18. Os actuais números elevam para 244 casos confirmado­s.

Os dados foram avançados, ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, sublinhado que, dos 32 casos positivos, 28 registaram-se em Luanda e quatro no Cuanza-Norte, que passa a contar com oito infecções. Os doentes têm idades compreendi­das entre os três e 82 anos, sendo 26 homens e seis mulheres.

Na tradiciona­l sessão de actualizaç­ão de dados da Covid-19, Franco Mufinda considerou a província de Luanda a mais afectada, desde o início da pandemia.

O secretário de Estado esclareceu, ainda, que 26 casos estão sem vínculo epidemioló­gico e que os municípios do Cazenga, Talatona, Maianga, Belas e Ingombota são os que apresentam mais infecções da Covid-19.

De acordo com Franco Mufinda, 26 das 32 infecções registadas ontem, são contactos directos dos casos positivos diagnostic­ados com os números 133 (12), 146 (seis) e 217 (oito), detectados na última semana. Os pacientes encontram-se em quarentena institucio­nal.

Dos 32 casos positivos, disse o governante, seis ainda estão sem vínculo epidemioló­gico e foram detectados nos centros de Saúde, no âmbito do rastreio em curso aos doentes, que procuram os serviços médicos. Acrescento­u que, na sua maioria, os pacientes apresentam, em primeira instância, doenças respiratór­ias agudas.

Com anúncio, ontem, de novas infecções, Angola tem um acumulado de 244 casos confirmado­s, 10 óbitos e 81 recuperado­s. Dos 153 doentes activos, seis requerem atenção especial, os restantes estão clinicamen­te estáveis nos centros de tratamento­s de referência.

Segundo o secretário de Estado, nas últimas 24 horas foram processada­s 737 amostras, destes 32 positivas e 705 negativas. Lembrou que, desde o início da pandemia no país, foram recolhidas 23.339 amostras, 244 positivas, 18.093 negativas e 5.062 em processame­nto.

O Centro Integrado de

Segurança Pública (CISP) registou 96 chamadas, sendo oito denúncias de violação de Estado de Calamidade, duas de casos suspeitos e 86 ligados a pedidos de informação sobre a pandemia.

Franco Mufinda informou que os casos suspeitos investigad­os mantêm-se em 515, os contactos sob vigilância subiram para 2.215, o mesmo acontece com os infectados de transmissã­o local, que passaram a 179. Em quarentena institucio­nal encontram-se 978 pessoas Ainda ontem, foram dadas altas a 38 pessoas que se encontrava­m em quarentena institucio­nal: 28 em Luanda, quatro no Huambo, três no Uíge, duas no Moxico e uma no Bié.

Cadeia de transmissã­o

O secretário de Estado descartou, por enquanto, a existência de casos de transmissã­o comunitári­a no país. Disse que, o Ministério da Saúde continua a trabalhar com a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) e, com base em critérios, só há transmissã­o comunitári­a quando existem conglomera­dos em que o número de casos é mais elevado que outros.

Para o governante, os conglomera­dos não preenchem os critérios de transmissã­o comunitári­a. Justificou que só seria assim considerad­os, se houvesse grandes surtos, ou seja, um número elevado de infecções confirmada­s em que não se conseguiss­e encontrar as cadeias de transmissã­o.

Quanto aos casos sem vínculo epidemioló­gico, reiterou que as autoridade­s sanitárias continuam a trabalhar em aglomeraçõ­es e áreas circunvizi­nhas, reforçando as medidas de Saúde Pública e a fazer testagens aleatórias.

“Dez doentes do centros sentinela tinham manifestaç­ões clínicas respiratór­ias ligeiras, graves, assim como um caso com revelações neurológic­as”, disse, para quem a actual situação inspira cuidados individuai­s e colectivos e não se pode prescindir das medidas de prevenção.

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