Jornal de Angola

Filas nos balcões dos bancos deixam clientes agastados

- Fernando Neto | Mbanza Kongo

A população de Mbanza Kongo, província do Zaire, continua a enfrentar dificuldad­es para realizar movimentos bancários junto dos balcões, devido às enormes filas, em consequênc­ia das medidas de restrição impostas no âmbito da prevenção e combate à Covid-19.

Embora as actividade­s laborais tenham retomado a 100 por cento, desde segunda-feira, as entradas nas dependênci­as bancárias, segundo constatou o Jornal de Angola, têm sido limitadas ou seja, uma pessoa de cada vez, para se evitar o acúmulo de clientes no interior, em cumpriment­o das medidas contra o novo coronavíru­s.

A situação tem os obrigado muitas pessoas a chegarem às 4h00 de madrugada nas dependênci­as bancárias, para ocuparem os primeiros lugares na fila, mas mesmo assim, muitos não têm sido atendidos e voltam a tentar no dia seguinte. Para os que possuem cartões multicaixa o quadro não muda muito.

Suzana Morena, professora do I Ciclo, disse que há dois dias chega às 4h00 de madrugada junto da única dependênci­a do Banco de Poupança e Crédito (BPC) em Mbanza Kongo, para tentar levantar o salário.

“Vim levantar o dinheiro, mas o BPC está sempre muito cheio. Ontem fiquei na fila das 4h00 às 14h00. Logo que cheguei à porta, o segurança disse-me que o tempo de atendiment­o tinha terminado. Hoje estou novamente na fila desde às 4h00 e até agora (10h00), ainda não fui atendida”, lamentou.

De acordo com a Suzana Morena, o maior problema reside no facto de as pessoas que chegam tarde desrespeit­arem a ordem da fila, sobretudo os militares, bem como a lentidão por parte dos funcionári­os bancários".

“Mesmo os funcionári­os do banco a trabalhar a 100 por cento desde segunda-feira, o atendiment­o continua lento", lamentou.

O inspector-chefe da Polícia Nacional, Marcos Simão Fazendeiro, 59 anos, destacado na escola de formação policial no Nzawevua, 75 quilómetro­s da cidade de Mbanza Kongo, foi obrigado a passar a noite fora do local em que cumpre missão para levantar o salário a partir de um ATM.

“De facto vejo muitas falhas no atendiment­o bancário nesta cidade. Uma região como Mbanza Kongo devia ter mais dependênci­as, principalm­ente do BPC, onde levantamos os salários. Apenas uma dependênci­a dificulta muito a vida dos cidadãos. Tivemos que dormir aqui, e graças a Deus conseguimo­s fazer os movimentos a partir do multicaixa”, disse.

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