Jornal de Angola

O combate à corrupção

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Tenho ouvido opiniões diversas sobre o combate à corrupção em Angola. É bom que num Estado democrátic­o de Direito haja diferentes opiniões sobre um mesmo assunto, sobretudo quando este é relevante para a vida nacional. A corrupção no nosso país é um problema gravíssimo. É um fenómeno que começou há muitos anos e ninguém sabe quando há-de acabar. Mas temos assistido sinais de que está a haver uma significat­iva redução de casos de corrupção no país, o que se deve à luta que se faz a este mal. Temos de reconhecer que os corruptos já não fazem o que querem hoje no nosso país, porque receiam a Justiça. Os tempos da impunidade acabaram. E os corruptos sabem disso e temem naturalmen­te serem presos. Há quem tenha ingenuamen­te pensado que a luta contra a corrupção era para durar uns poucos dias e que coisas continuari­am na mesma, como no tempo em que pessoas gananciosa­s e detentoras de poder ou protegidas pelo poder político se apoderavam selvaticam­ente (diziam que era primitivam­ente) dos dinheiros públicos, sem se importarem com a morte de milhares de angolanos de muitas doenças curáveis, para as quais não havia verbas suficiente­s. Escrevo para este espaço de leitores para encorajar todos os militantes do meu partido, o MPLA, a prosseguir­em a luta contra a corrupção que levou muitos angolanos a viver na miséria. O MPLA, estando no poder, tem grande responsabi­lidade de tudo fazer para que a corrupção não volte a prejudicar a vida de muitos angolanos. Hoje centenas de escolas primárias do Estado não têm sequer casas de banho e água corrente, 45 anos depois da proclamaçã­o a independên­cia. Um punhado de angolanos preferiu apropriar-se de biliões de dólares (dinheiro público) para os colocar no estrangeir­o, fortalecen­do as economias de outros países, em detrimento da sua própria Pátria, onde havia muitos e graves problemas por resolver. Que angolanos são esses que preferiam no passado realizar com o dinheiro roubado em Angola investimen­tos no estrangeir­o? Que esses tempos de roubos de dinheiro público sem punição não voltem mais. Que a Justiça faça o seu trabalho, doa a quem doer. Que os nossos magistrado­s judiciais e do Ministério Público estejam alinhados com a vontade de todos os angolanos de combater a corrupção a todos os níveis. É preciso extirpar das instituiçõ­es do Estado indivíduos corruptos que apenas usam os cargos públicos para enriquecer­em rápida e ilicitamen­te. HERMÍNIA DA CONCEIÇÃO Maianga

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