Malária lidera registo de casos no Sambizanga
Circunscrito ao município de Luanda, na capital do país, o Distrito Urbano do Sambizanga conta com 12 médicos, 110 técnicos de enfermagem e 32 técnicos de diagnóstico e terapêutica distribuídos pelos centros de saúde do Sambizanga e do Bairro Operário
Durante a permanência no local, o Jornal de Angola acompanhou, igualmente, a aflição de Gabriel Lopes, que aguardou mais de duas horas até a filha receber assistência médica. “Aplicaram-lhe um balão de soro, mas mesmo assim estou com receio porque ela não dá sinais de melhorias”, disse.
No conjunto de queixas manifestadas pelos pacientes do Centro de Saúde do Bairro Operário, a demora no atendimento tem sido, de facto, das principais. Vezes há, que os pacientessujeitam-seemaguardar sentados no chão, porque a infra-estrutura não dispõe de assentos em número suficiente. Junta-se a escassez medicamentos, que obriga os seus familiares a compra-lo nas farmácias próximas ao centro.
Situaçãoquaseidênticaacontece no Centro de Saúde do Sambizanga.Familiaresedoentes, tal como aconteceu com Celestina Mabiala, que acompanhou a sobrinha ao centro, atéquesejamatendidos,enfrentam longas horas de espera e momentos de angústia.
“Estou há duas horas no vai e vem. Mandaram fazer análise de gota espessa fora do hospital, porque aqui não estão a fazer. Trouxemos o resultado e agora a médica em serviço diz que exames feitos fora do centro não servem. Por esta razão, ainda não fui atendida, mas a criança está a fazer muita febre”, lamentou.
Residente no bairro Cuba, Celestina Mabiala explicou que, recentemente, a sua sobrinha havia sido diagnosticada com malária. Feito tratamento, foi dada como curada. Porém, disse não compreender a razão da mesma continuar a manifestar febre alta, particularmente no período nocturno.
Infra-estruturas inadequadas
A chefe da Repartição de Saúde do Sambizanga, Margarida Pires, reconheceu que o distrito carece de infraestruturas adequadas, ambulância, recursos humanos, fármacos, reagentes, materiais gastáveis, equipamento informático, entre outros. Por outro lado, anunciou que o Centro de Saúde do Sambizanga beneficia de obras de reabilitação e ampliação.
“Com a conclusão das obras pensamos adicionar os serviços de RX e sala de parto, com vista melhorar a qualidade no atendimento e dar maior dignidade aos profissionais”, disse, Margarida Pires, realçando o empenho no projecto de fortalecimento do sistema da saúde.
A gestora de saúde no Sambizanga explicou que os dois centros prestam serviços de cuidados primários, desde medicina geral, pediatria, consulta pré-natal, testagem voluntária de HIV-Sida, planeamento familiar, vacinação, banco de urgência, farmácia entre outros.
“Antes da efectivação da nova divisão administrativa, o Sambizanga, enquanto município, contava com sete unidades sanitárias, nomeadamente, o Hospital Municipal, os centros de saúde do Sambizanga, Bairro Operário, Ngola Kiluanje, Agostinho Neto, São Pedro da Barra e Materno Infantil”, recordou.
Aquando da primeira divisão administrativa,em 2011, Margarida Pires fez saber que o distrito “perdeu” o Hospital Municipal do Sambizanga, o Centro de Saúde do Ngola Kiluanje e o Materno Infantil António Agostinho Neto para o município do Cazenga. Como consequência da mesma divisão, acrescentou, o até então munícipio da província de Luanda perdeu ainda o Centro do São Pedro da Barra, para o distrito do Ngola kiluanje, ficando apenas com os centros de saúde do Sambizanga e do Bairro Operário.