Bairros sem água potável
Os habitantes
dos bairros Mbemba Ngango suburbano, Sonangol, Quindenuco, Quilala, Paco e Bez, Aeroporto, Nguengue, 14 de Abril, Catapa, Quimacungo, Bairro Novo e Ana Candande, arredores da cidade do Uíge, consomem água extraída das cacimbas e fontenários em mau estado de conservação.
O consumo da água não tratada tem estado a provocar doenças diarreicas agudas e outras infecciosas no seio das famílias, um facto que pode ser ultrapassado com a construção de um novo sistema de captação e distribuição do líquido, segundo apurou o Jornal de Angola junto dos habitantes dos bairros afectados e da empresa gestora da água da província do Uíge.
Clamor popular
No bairro Mbemba Ngango, mais de 10 mil habitantes buscam água nas cacimbas e no único chafariz construído pela administração municipal na zona suburbana. O fontanário tem capacidade para abastecer três mil metros cúbicos. Entretanto, é incapaz de cobrir a demanda da população. “Em épocas chuvosas consumimos água dos poços artesanais e das chuvas. Nesta época seca essas fontes ficam sem água e o único recurso é no chafariz, onde não é fácil conseguir a água devido ao engarrafamento”, disse à nossa reportagem a moradora Angelina Soares, de 38 anos de idade.
A situação é a mesma vivida no bairro Sonangol, onde mais de 15 mil habitantes dependem, também, da água dos poços tradicionais que nesta época ficam sem água e a população faz do rio Loé o único recurso para adquirir o líquido para consumo.
O Jornal de Angola apurou não existir qualquer fontanário nesta zona, que regista um crescimento gradual dos seus habitantes. Suzana Afonso, 42 anos e mãe de cinco filhos, vive na Sonangol há 10 anos. Disse ser uma tarefa difícil nesta época seca conseguir água.