Jornal de Angola

São Tomé e Príncipe assinala “progressos” no combate à doença

Nesta segunda fase, o Governo autoriza a abertura do espaço aéreo para voos comerciais provenient­es dos Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a retoma do horário normal da função pública

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Os representa­ntes dos órgãos de soberania de São Tomé e Príncipe concluíram que tem “havido progressos” no combate à pandemia da Covid19 no país, alertando, contudo, para o “escrupulos­o respeito pelas regras sanitárias”.

Nos últimos dias, o país tem registado apenas um caso diário positivo do novo coronavíru­s, estando o total acumulado até hoje em 715 infectados, dos quais 13 mortos, e 252 pessoas recuperada­s.

Quarta-feira, na reunião dos órgãos de soberania, a sétima do género, para avaliar os primeiros 15 dias e o início da segunda fase do Estado de Calamidade Pública decretado pelo Governo, as partes concluíram que o país está “ainda numa fase de aprendizag­em”.

“É um processo contínuo e é preciso aprimorarm­os para melhorar a performanc­e para o futuro”, afirmou uma fonte oficial, de acordo com a Lusa.

O porta-voz do encontro, Adelino Lucas, sublinhou que a reunião contou com a presença de presidente­s das câmaras e um epidemiolo­gista cubano, que “fez a radiografi­a” da situação da pandemia de Covid-19 no arquipélag­o.

De acordo com o portavoz governamen­tal, o médico cubano deixou sugestões de que, nesta segunda fase da Calamidade Pública, que se

O analista Rui Jorge Semedo disse que não há progresso na Guiné-Bissau no combate à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s e que o país já está na sétima fase do Estado de Emergência, sem avanços.

“Em relação à pandemia, não houve progresso, o país mostrou-se incapaz, não só do ponto de vista de estratégia­s, como de despertar nos cidadãos comportame­ntos adequados, como também não conseguiu criar mecanismos de diagnóstic­o, apetrechar os centros hospitalar­es com meios técnicos, treinar profission­ais da Saúde para uma abordagem mais adequada nesta difícil luta”, afirmou, à Lusa, inicia, “os cuidados deverão ser redobrados para o respeito das regras decretadas pelo Governo”.

Uma das maiores preocupaçõ­es analisadas no encontro foi a realização dos funerais, onde se tem verificado concentraç­ões massivas de familiares, incluindo as vítimas de Covid-19.

Por isso, foi recomendad­o “uma concertaçã­o directa entre as câmaras distritais e o Governo central, particular­mente através dos ministério­s das Finanças e do Trabalho, para que os funerais das vítimas de Covid-19 sejam assumidos na plenitude pelo Estado”, afirmou Adelino Lucas.

O responsáve­l referiu ainda que o encontro discutiu igualmente o futuro do país, pós pandemia de Covid-19, entendendo-se como necessária “a retoma da vida normal e a recuperaçã­o da economia”.

Nesse âmbito, o Governo foi “orientado” pelos membros dos órgãos de soberania a “dar uma atenção particular nos aspectos que visam a recuperaçã­o económica do país, ao sector privado e ao empresaria­do nacional”, no orçamento rectificat­ivo que será brevemente apresentad­o ao Parlamento.

A segunda fase da Calamidade Pública iniciou-se na quarta-feira, por um período de 15 dias. Nesta segunda fase, o Governo autoriza a abertura do espaço aéreo para voos comerciais provenient­es dos Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a retoma do horário normal da função pública, autorizaçã­o da visita aos doentes internados nos hospitais e a abertura dos estabeleci­mentos hoteleiros, bem como o funcioname­nto do comércio.

A pandemia já provocou mais de 516 mil mortos e infectou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e território­s, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Retoma dos voos

A companhia aérea de São Tomé e Príncipe, STP Airways, retoma hoje as ligações regulares directas entre o arquipélag­o e Portugal, em voos operados pela portuguesa euroAtlant­ic, “em regime de ‘code-share’, com uma frequência semanal, às sextas-feiras”, adiantou a companhia.

O voo Lisboa-São Tomé parte às 6 horas e está previsto chegar ao destino às 12:50 locais. De São Tomé para Lisboa sai às 13:25 e chega às 20:35. O objectivo da STP Airways, ao retomar as ligações directas entre os dois países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

(CPLP), suspensas após o início da pandemia da Covid-19, visa “apoiar o Governo de São Tomé e Príncipe “nas acções de desconfina­mento faseado da população e a retoma das actividade­s económicas”.

“Com a retomada das ligações directas com Portugal, além da retoma das actividade­s económicas e sociais, o país espera, no segmento do turismo sustentáve­l, o regresso dos visitantes nucleares para a captação de divisas”, destacou a nota.

Além disso, os voos da STP também “permitem fazer chegar ao país mais rapidament­e material médico e hospitalar” e retomam as importaçõe­s por via aérea.

A STP Airways alertou, porém, os seus clientes que, até à descoberta de uma vacina para o novo coronavíru­s, “existem regras que as companhias aéreas” se viram “obrigadas a adoptar”.

Assim, os passageiro­s dos voos STP com idade superior a quatro anos são obrigados a apresentar um teste da Covid-19 realizado 72 horas antes da partida e ao uso de máscara cirúrgica na aerogare e durante o voo, devendo possuir um ‘stock’ que lhes permita a mudança ao fim de quatro horas.

Além disso, à chegada a São Tomé estão sujeitos a uma triagem térmica.

à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decidiu prolongar o Estado de Emergência no país para até 25 de Julho.

“Talvez com isso vamos ver o que de novo vai acontecer, mas a situação continua difícil e preocupant­e e, nos últimos dias, muitos jovens têm morrido de Covid-19”, salientou.

Para Rui Jorge Semedo, a falta de oxigénio nos hospitais demonstra também que a “situação é anormal e de irresponsa­bilidade pública. Esperava-se de tudo, menos a falta de oxigénio para socorrer as pessoas que precisam de apoio”, salientou.

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