Vírus em velocidade de cruzeiro nas Américas
Os EUA
registam actualmente o maior número de infecções e mais mortes por Covid-19 no mundo. A quantidade de testes positivos registada nos últimos dias atingiu um total diário recorde de 40 mil e com tendência a subir, devido a focos de contágio no Arizona, Texas e Florida. Também o Estado da Louisiana e o Kansas adiaram o regresso ao trabalho e reintroduziram restrições. Segundo os responsáveis de saúde norte-americanos, não se trata de uma segunda vaga, mas de um ressurgimento da doença, com incidência maior em estados que decidiram relaxar as restrições à circulação da população.
Mais de uma dúzia de estados revogaram já os planos de desconfinamento. Pelo menos 36 Estados estão a subir em comparação com a semana anterior. No Texas e em partes da Califórnia, os bares devem fechar novamente, enquanto as praias de Miami, Fort Lauderdale e Palm Beach estão proibidas ao público, para já. Na Flórida, o consumo local de álcool foi suspenso em bares em todo o Estado e, no Arizona, muitas empresas decidiram fechar pelo menos por 30 dias. Já o governador de Nova York, Andrew Cuomo , está a ponderar voltar a fechar os restaurantes da cidade ou impor novas limitações.
Um cenário idêntico ao do Brasil. O país liderado por Jair Bolsonaro é o segundo, depois dos EUA, a passar um milhão de casos. E há quem tema que o número pode ser muito maior. As ONG têm alertado para o facto de muitas áreas do país estarem a testar pouca gente, diminuindo assim os positivos. São Paulo e Rio de Janeiro são as duas principais cidades brasileiras e as mais atingidas. “É a ponta do iceberg”, de acordo com um alto funcionário da América Latina, em declarações à BBC, denunciando a escassez de equipamento de protecção individual para a equipas médicas na linha de frente.
A taxa de infecção também é preocupante no México. De todos os testados no México, pouco mais de metade está a ter resultados positivos. Essa é uma proporção muito maior do que a encontrada em regiões muito afectadas, como Nova Iorque ou o norte da Itália, mesmo nos piores momentos, por exemplo.