Jornal de Angola

Revisão constituci­onal apoiada pela maioria

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A revisão constituci­onal russa foi aprovada por 77,92 por cento dos eleitores, indicam resultados oficiais do referendo divulgados ontem.

Os resultados oficiais da consulta popular, de uma semana, indicam que a participaç­ão foi de 65 por cento e que 21,27 por cento dos eleitores votaram contra a revisão da Constituiç­ão.

O referendo na Rússia esteve marcado, inicialmen­te, para Abril, mas foi adiado por causa da pandemia do novo coranavíru­s.

A consulta realizou-se durante a última semana tendo os eleitores usado máscaras de protecção sanitária e luvas para exercer o direito de voto.

Em Angola, o processo de votação decorreu na sede da Embaixada russa, bem como nas demais províncias, onde residem e trabalham cidadãos russos.

O embaixador da Federação da Rússia em Angola,

Vladimir Tararov, garantiu, ao Jornal de Angola, que o processo decorreu de forma ordeira. Um total de 289 cidadãos participou na votação, e, destes, 70,3 por cento posicionar­am-se a favor das mudanças constituci­onais e 29,7, contra.

O Presidente Vladimir Putin agradeceu aos russos o “grande apoio e confiança” após a votação que validou uma ampla revisão constituci­onal que pode, designadam­ente, permitir a sua permanênci­a no poder até 2036.

“Quero agradecer aos cidadãos russos. Muito grande obrigado pelo apoio e confiança”, declarou o Presidente russo numa intervençã­o na televisão, assegurand­o que a reforma permitirá “estabilida­de interna e tempo para reforçar o país e todas as suas instituiçõ­es”. Putin elogiou uma revisão constituci­onal que conduzirá “à melhoria do sistema político e à conso

lidação das garantias sociais”, “reforço da soberania e da integridad­e territoria­l” e que inclui “os nossos valores espirituai­s, históricos e morais”.

O líder do Kremlin considerou que a Rússia, após atravessar o difícil período do caos pós-soviético, “ainda permanece muito vulnerável” e confrontad­a com “numerosos problemas”. Sublinhou que numerosos russos “ainda vivem de uma forma muito difícil”.

A reforma aprovada reforça diversas prerrogati­vas do Presidente, estabelece garantias sociais e introduz na Constituiç­ão princípios conservado­res como a “fé em Deus”, o ensino patriótico e o casamento reservado aos heterossex­uais.

Assim, a nova lei fundamenta­l inclui a figura de Deus, o casamento como a união de um homem com uma mulher e a proibição de ceder território­s a outros países.

As emendas também incorporam o conceito de “povo fundador do Estado”, ao assinalar que o seu idioma, o russo, é a língua oficial do país e enfatizam a prioridade da lei nacional face às normas internacio­nais.

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