Jornal de Angola

Jovem morre por disparo de um suposto agente do SIC

- Victorino Joaquim

Carlos Vaz da Silva, 18 anos, morreu, na sexta, no Hospital Américo Boavida, em Luanda, vítima de uma bala na cabeça, supostamen­te disparada por um efectivo do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), na Rua 27 do Reordename­nto do Rangel.

Segundo testemunha­s, o malogrado conversava com amigos na rua, e ao se apercebere­m-se da presença de elementos do SIC, todos fugiram para um beco.

Um dos seis agentes do SIC, presente na operação, fez um disparo atingindo a cabeça de Carlos Vaz da Silva que, depois de socorrido por um automobili­sta, acabou por perder a vida, já no hospital Américo Boavida, disse uma testemunha sob anonimato.

Antónia Alberto, outra testemunha, revelou ao Jornal de Angola que alguns agentes do SIC, quando actuam naquela zona, intimidam os moradores “com disparos anárquicos de arma de fogo”, faltas de respeito ao dirigirem-se aos cidadãos, arrogância e detêm jovens “sem causas plausíveis”.

Devido a esta situação, acrescento­u, “os jovens, semforam pre que observam a presença destes indivíduos no bairro, fazem de tudo para evitar o contacto com eles e fogem.”

Nuno Victor João, um conhecido do malogrado, confirmou ter testemunha­do a morte do jovem. “Depois do disparo, o miúdo caiu com o sangue a sair da cabeça”, disse.

Os familiares da vítima disseram que, “no passado, foi um jovem com má conduta, fruto de uso de drogas”, situação que se inverteu após ter cumprido três meses de prisão efectiva na Comarca de Viana, em Luanda.

“Desde Maio, que Carlos Vaz da Silva, também conhecido por Caly, quando saiu da cadeia, logo que terminava o trabalho de bate-chapa, que estava a aprender numa oficina junto à Escola do PicaPau”, passava mais tempo em casa, disse Domingas Lopes Vaz, mãe do malogrado. “No dia em que apanhou o tiro, estava no bairro, pelo facto de o mestre o ter dispensado do trabalho.”

Teresa Diniz, prima do malogrado, na tentativa de acompanhar e ajudar no fornecimen­to de informaçõe­s sobre a identidade do familiar, disse que um agente do SIC, impediu-a de entrar na viatura.

Contactado pelo Jornal de Angola, o director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Comando Provincial da Polícia Nacional de Luanda, Néstor Goubel, prometeu fazer um pronunciam­ento sobre o caso nas próximas horas.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Rangel bairro onde agente do SIC é acusado de matar

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