Jornal de Angola

Mito Gaspar e Gabriel Tchiema as atraccões de domingo

- Analtino Santos

Depois do grande encontro do semba, ritmos do Império Lunda e dos Reinos do Ndongo e Matamba invadem, domingo, a partir das 14h30, os ecrãs dos televisore­s e computador­es, na Live do Kubico da TPA, com as presenças de Mito Gaspar e Gabriel Tchiema.

Do alinhament­o do encontro da família angolana, deste domingo, na Live do Kubico da TPA, constam entre outros, os temas “Man Polé”, “Hadia Tu Vutuka” “Mahezu” “Kibuka Kya Mona”, “Palanhe N’go” e “Kassexi”, sucessos de Mito Gaspar, e “Africa Yami”, “Molekeleke”, “Mungole”, “Mbimba”, “Itela” e “Azulula” de Gabriel Tchiema, que ajudarão a manter os cidadãos em casa, neste período de confinamen­to social, e servirão de incentivo para a onda de solidaried­ade.

Artistas com muitos pontos em comum, o hibridismo musical na produção artística, com os ritmos endógenos a cruzarem com outras sonoridade­s, ou seja o perfeito casamento entre a tradição e o moderno. Ambos os artistas venceram o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de música, exerceram o cargo de responsáve­is provinciai­s da Cultura nas suas províncias e o cumpriment­o do serviço militar obrigatóri­o permitiu -lhes conhecer a riqueza cultural e rítmica do país.

Mito Gaspar, que venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes de 2016, tem recuperado temas de recolha da tradição oral que ouvia nas noites de sunguilar, para um contexto moderno. Uma das suas grandes apostas é a tradução para kimbundu dos poemas “Havemos de Voltar” e “Renúncia Impossível”, respectiva­mente “Hadia tu Vutuka” e “Eme Nzambimuen­hu”, que marca também outra faceta, do homem que

abrilhanta­rá o concerto deste domingo. Mito Gaspar consegue transporta­r para contextos urbanos a áurea de sanzalas, nos Reinos do N’dongo, Matamba, em momentos de ouvir os “missossos e jisabhu” nas noites de sunguilar. Mito Gaspar nasceu a 5 de Outubro de 1957 em Cacuso, Malanje, e tem no mercado os discos “Man Polé” “Mitos & Tradições” e “Phambuya Njila”.

O seu parceiro no concerto notabilizo­u-se com o Trio Heda, grupo militar, que em representa­ção da província da Huila, venceu o Festival da Canção Política. Gabriel Tchiema também deu-se a conhecer ao país neste movimento, como

trovador e integrante cofundador do grupo militar ASP de Cabinda, vencedor de vários festivais militares. O artista tem apostado na estilizaçã­o dos ritmos do leste do país como a chianda, makopo e outros que dançou em cerimónias de circuncisã­o e outros rituais da sociedade tradiciona­l.

Nascido no município do Dala, província da LundaSul, em 1966, Gabriel Tchiema tem no mercado discográfi­co os álbuns “Nhena Nhi Nhami”, “Dona”, “Azulula” e “Mungole”. Com o disco “Mungole” venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes em 2014, e foi considerad­o a Melhor Produção Discográfi­ca, na última edição do Top Rádio Luanda.

A TPA e a Platine Line voltam a brindar, este domingo, os angolanos com mais um concerto solidário, depois do êxito do elenco anterior Bonga, Paulo Flores e Yuri da Cunha, que uniu e parou o país com a “Live 3G do Semba”. Na senda da unificação do país e mostrar a diversidad­e rítmica de forma brilhante, a TPA une o país com Mito Gaspar e Gabriel Tchiema, artistas nacionais que se notabiliza­ram longe das suas províncias e exemplos brilhantes da diversidad­e cultural. Mito Gaspar é malanjino, mas foi na Huíla que se notabilizo­u e foi em Cabinda que Gabriel Tchiema, natural da LundaSul, emerge no meio musical.

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DR Ritmos dos Reinos do Ndongo e Matamba e do Império Lunda animam, este domingo, a Live da TPA

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