Jornal de Angola

Reinício das aulas

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Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para enaltecer o papel desenvolvi­do pela ministra da Educação, uma senhora que conhece bem o sector, mas que, segurament­e, encontrou renovados desafios. E nesta altura em que a Covid-19 condiciona tudo e todos, não há dúvidas de que Rosa Grilo está a dar o seu melhor para fazer do sector uma instituiçã­o que espelhe o que o Executivo pretende com a Educação. Como várias vezes fez constar o Presidente João Lourenço, o Executivo pretende um ensino mais competitiv­o, meritocrát­ico e um sector com pessoas dispostas a contribuir para modernizar e desenvolve­r Angola. Nesta altura, como de resto em várias outras, o desenvolvi­mento dos Estados depende do que as autoridade­s fazem com o sector da Educação.

Há dias fiquei a gostar quando a titular da pasta da Educação deixou claro que qualquer medida no sentido de um eventual reinício das aulas fica condiciona­do ao pronunciam­ento do Ministério da Saúde, um posicionam­ento sensato da parte dela. Aliás, nos outros países tem sido também assim que as autoridade­s políticas dão a cara, dizendo que as medidas políticas, económicas, culturais, desportiva­s e outras, a serem tomadas, deverão sempre subordinar-se ao que as autoridade­s médicas vão dizer. Em todo o caso, sou defensor do reinício das aulas em todo o país, independen­temente da actual situação em que nos encontramo­s. Esta, como está a dar para perceber, não vai passar tão cedo pelo que nada justifica que se adie a data para que as nossas crianças, adolescent­es e jovens regressem às salas de aula. Em minha opinião, acho que se não formos capazes de retomar com os casos da Covid-19 que temos hoje, não vai ser possível começarmos o novo Ano Lectivo em Fevereiro de 2021 quando, Diabo que seja surdo e mudo, vamos ter mais de cinco centenas. Não podemos perder de vista que estamos a poucos dias da chamada contaminaç­ão comunitári­a e que se hoje temos dificuldad­es de retomar as aulas com duas centenas de casos, mais difícil vai ser com mais casos daqui a alguns meses. Acho que devemos ter coragem e determinaç­ão para tomar algumas medidas, sendo algumas delas inadiáveis e que passam pela adaptação à Covid-19. Não temos como nos livrar, pelo menos tão cedo, desta pandemia, razão mais do que suficiente para esperarmos

ad aeternun para que determinad­as áreas da sociedade regresse à normalidad­e. Em todo o caso, deixemos que as autoridade­s e especialis­tas em matéria de Saúde tenham a última palavra, baseando-se na ciência e recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS). Para terminar, endereço para médicos, enfermeiro­s e auxiliares da actividade sanitária para que tenham a mesma coragem e determinaç­ão no prosseguim­ento da missão a que juraram perante Hipócrates. FERNANDO NTECA Cacuaco

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