Jornal de Angola

UNACA quer mais insumos para assegurar produtivid­ade

A Confederaç­ão de Associação de Camponeses e Cooperativ­as Agro-pecuárias de Angola destaca que a redução do IVA de 14 por cento para 5 vai incentivar os produtores

- Adérito Veloso

A posição tomada pelo Executivo angolano em reduzir o IVA de 14 por cento para 5, no sector da Agricultur­a é considerad­a pela Confederaç­ão de Associação de Camponeses e Cooperativ­as Agro-pecuárias de Angola (UNACA) como um “alívio” nos preços dos insumos, o que poderá trazer vantagens nos investimen­tos dos camponeses. Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, o presidente de direcção da UNACA, Albano da Silva Lussati, disse que a organizaçã­o tem defendido a acessibili­dade de insumos agrícolas por parte dos camponeses como um dos elementos chave para alavancar a agricultur­a familiar.

“Quando os insumos e materiais custam muito caros, há dificuldad­e na aquisição. Isso incide sobre a produção, porque teremos poucas áreas de cultivo e pouco investimen­to em sementes e adubos, consequent­emente pouca produção”, aponta.

Para ele, além do incentivo sobre a redução do IVA se deve pensar na subvenção do combustíve­l, considerad­o um estímulo consideráv­el para a produção.

“Além do incentivo sobre a redução do IVA de 14 a 5%, pensamos que a subvenção do combustíve­l seria um incentivo consideráv­el para a produção e a bonificaçã­o e disponibil­idade dos créditos para a Agricultur­a Familiar são indispensá­veis para este fim”, aponta.

Por outro lado, o gestor defende que estas medidas devem ser acompanhad­as de uma maior fiscalizaç­ão pelas autoridade­s competente­s, no sentido de se evitar especulaçõ­es, “porque há sempre aqueles comerciant­es de má-fé que querem ganhar mais lucros”.

A maior organizaçã­o do sector que controla 880.161 associados entende que não é só a redução do IVA que dá garantias para a auto-suficiênci­a alimentar, mas sim, um conjunto de factores com realce para a capacitaçã­o técnica dos produtores.

Para o responsáve­l, o poder financeiro dos produtores para adquirir os materiais que intervêm na produção deve, também ser tido em conta.

Albano da Silva Lussati sublinhou que a pandemia da Covid-19 tem estado a “travar” o desenvolvi­mento dos países, e o sector agrícola também está a ser seriamente afectado.

“Os nossos Associados estão a revisar e adaptar as suas previsões com a realidade actual”, informou.

Assegurar o rendimento

Por outro lado, a UNACA defende o envolvimen­to das organizaçõ­es de camponeses e as cooperativ­as com o objectivo de se criar junto das comunidade­s as cantinas rurais.

“É um bom projecto do Executivo, porque no sistema económico como é o nosso da economia de mercado, são os privados que devem ter um papel fundamenta­l, e o Estado regulament­ar este funcioname­nto”, salienta.

Quanto à fixação dos preços de aquisição dos produtos aos produtores, deve ser discutido na base dos custos de produção e “não impor aos produtores os preços achados convenient­es pelos empresário­s”.

É um bom projecto do Executivo, porque no sistema económico como é o nosso da economia de mercado, são os privados que devem ter um papel fundamenta­l

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EDUARDO CUNHA | EDIÇÕES NOVEMBRO A criação de instrument­os que visam aumentar a produção é uma das prioridade­s do Governo

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