Mundo curva-se ao QR Code
de barras, que apesar de algum cepticismo inicial de teóricos da conspiração, revelou benefícios adicionais, sobretudo, no sector do comércio, eis que o Mundo se curva diante do QR Code.
Os entendidos apontam que, em termos básicos, o QR Code (código de resposta rápida ou quick response, em inglês) é um novo código de barras em 2D. Enquanto o antigo código, cuja primeira patente foi atribuída, em 1952, a Joseph Woodland e Bernard Silver, trabalha apenas com a dimensão horizontal, o novo utiliza códigos com informações, tanto no plano horizontal como no vertical.
Além dos teóricos da conspiração, que consideravam o código de barras um intruso, parte da vigilância tecnológica, a oposição a esse sistema de identificação veio da parte de alguns cristãos, que pensavam estar nele escondido o número 666, que representa a besta. Chegou mesmo a ser visto como uma “conspiração corporativa contra os consumidores”.
Enquanto o código de barras é uma etiqueta óptica legível por uma máquina que contém informações sobre determinado item, o QR Code dá acesso a uma multiplicidade de informações sobre esse produto e outros similares.
Infinita utilidade
Criado pela empresa japonesa Denso-Wave, em 1994, e desenvolvido inicialmente para a indústria automóvel daquele país, ajudando a catalogar as peças dos carros na linha de produção, os códigos QR foram, no início, considerados pelos publicitários como uma tecnologia fadada ao fracasso.
Contudo, desde que passaram a ser aplicados nos telefones celulares, em 2003, são hoje utilizados em quase todo o Mundo, com as mais variadas aplicações, desde o mercado publicitário à indústria funerária. Os QR Codes aparecem também em cartões de visita, terminais turísticos, jornais, revistas, TV, rótulos de produtos e numa infinidade de outros meios. As empresas investememcampanhaspublicitárias com recurso ao QR Code para oferecerem mais informações e conteúdos exclusivos aos potenciais clientes, o que pode ser aproveitado na saúde, para identificação dos doentes e para dar seguimento à medicação e tratamento previstos pelos médicos, nas maternidades e mesmo em cadáveres.
Em 2011, a Royal Dutch Mint (Koninklijke Nederlandse Munt), casa da moeda holandesa, fundada em 1567, a única autorizada a negociar e emitir dinheiro naquele país, emitiu a primeira moeda oficial do Mundo com um código QR, o que também pode ser encontrado na Federação
Russa, desde 2015, na Nigéria, com a nota de 100 naira, desde 2014, e no Ghana, desde 2017, com a nota de 5 cedis. Para armazenar dados com eficiência, o QR Code usa quatro modelos de codificação padronizados: numérico, alfanumérico, byte/binário e kanji, o que permite economizar tempo e espaço. Caracteres da língua japonesa da época da dinastia Dian, no mundo ocidental os kanji são sinónimo de ideograma, sendo muito utilizados nas tatuagens.
Um programa capaz de ler ocódigobidimensionalconverte a imagem automaticamente. Com um online converter, o celular processa-a de imediato, dando assim acesso a outros arquivos. O QR Code é muito utilizado por blogueiros, mas também por meios de comunicação tradicionais que trabalham em multiplataformas.
Criar um QR Code
Uma rápida busca na Internet permite-nos saber um pouco mais sobre esta tecnologia e cada um criar o seu próprio QR Code, para o que, basicamente, se propõe cumprir os passos seguintes: primeiro, acessar a página de um gerador de QR Codes; segundo, colocar na coluna da esquerda um tipo de dado que dará origem ao código; terceiro, na coluna direita, definir as cores e a aparência final do QR Code a ser criado; e quarto, clicar “Gerar” e conferir o resultado, testando com o smartphone e um aplicativo leitor desses códigos.
As principais reticências em relação ao uso da QR Code em Angola têm ao ver com o funcionamento da Internet, que falha ou é demasiado lenta, o que dificultaria a prática do sistema, baseado na foto do emblema tirada por um telemóvel com câmara.