Jornal de Angola

Sinprof e encarregad­os de educação apoiam decisão do Executivo

- Edivaldo Cristóvão

Nacional dos Professore­s (Sinprof ) e encarregad­os de educação aplaudem o adiamento do reinício das aulas do II ciclo do ensino secundário e universitá­rio, anunciado na terça-feira pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.

O Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública previa o reinício das aulas no dia 13 deste mês, mas o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República anunciou que a situação vai merecer o devido acompanham­ento das autoridade­s competente­s para melhor avaliação.

“A decisão é não reiniciar as aulas na segunda-feira. O princípio é de continuar a fazer o acompanham­ento da situação e, oportuname­nte, voltar a um novo pronunciam­ento sobre a matéria”, disse Adão de Almeida.

No âmbito do Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública, em vigor

O Sindicato

desde 26 de Maio, o Executivo tinha determinad­o o regresso às aulas em três etapas, a partir de segunda-feira, com os estudantes universitá­rios e do II ciclo do ensino secundário (da 10ª à 12ª classe).

Para o dia 27 de Julho, estava previsto o reinício da actividade lectiva nos estabeleci­mentos do I ciclo do ensino secundário (7ª à 9ª classe) e no ensino primário (1ª à 6ª classe). As aulas em Angola estão suspensas desde Março, altura em que o país registou os dois primeiros casos positivos da Covid-19.

O presidente do Sinprof, Guilherme Silva, disse que o sindicato mantém a posição de não regresso às aulas enquanto não estiverem reunidas as condições de biossegura­nça nas escolas do país.

Referiu que a medida do Executivo é a mais acertada, porque foram constatada­s muitas deficiênci­as, como falta de água nos estabeleci­mentos de ensino, alguns dos quais sem casas de banho.

Acrescento­u que grande parte das escolas é sustentada pelos pais e encarregad­os de educação, que contribuem para a manutenção e aquisição de material gastável básico. “A Covid-19 veio destapar todas estas deficiênci­as e dar razão àquilo que sempre defendemos, que é dotar a Educação de uma parcela do OGE igual ou superior a 20 por cento. Se o Executivo continuar a ter a Educação como ‘parente pobre’, nem daqui a 100 anos sairemos do fosso em que nos encontramo­s”, alertou o sindicalis­ta.

O presidente do Sinprof defendeu o retorno ao calendário escolar que vigorou até ao princípio da década de 90, quando o ano lectivo iniciava em Setembro e terminava em Junho do ano seguinte. Sublinhou que isto permitiria às escolas criarem as condições necessária­s para o retorno às aulas. “Podemos recuperar o ano lectivo, mas a vida perdida, não”, realçou.

O presidente do Sindicato dos Professore­s realçou que o não retorno às aulas, na segunda-feira, demonstra que o Executivo soube ouvir

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola