Jornal de Angola

Novos serviços impulsiona­m desenvolvi­mento do Buco-Zau

- Alberto Coelho | Cabinda

No âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) a comuna de Necuto vai reforçar a produção de água potável, com a instalação de um novo sistema com capacidade para 210 metros cúbicos por hora, para abastecer as aldeias localizada­s no perímetro entre Cungochion­ze e Caioconten­e

A implementa­ção de sete projectos, no âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) constituí a alavanca para garantir o desenvolvi­mento do município de Buco-Zau, em Cabinda, e melhorar o nível de vida da sua população, estimada em mais de 41 mil habitantes.

Na localidade de Buco Zau, no âmbito do PIIM, estão inscritos projectos de ampliação do Tribunal de Comarca, sistema de fornecimen­to de água à comuna de Necuto, acções de iluminação pública, reabilitaç­ão do eixo rodoviário e aquisição de equipament­os para o saneamento básico, bem como a reabilitaç­ão do sistema de abastecime­nto de água do Nhuca e a construção de um complexo habitacion­al de 120 casas do tipo T2 e T3.

Os projectos do PIIM estão orçados em cerca de 135 milhões e 538 mil Kwanzas, a serem gastos no decurso do presente ano. Em entrevista ao Jornal de Angola, o administra­dor da localidade, José Macaia, referiu que, para catapultar o município ao desenvolvi­mento que se pretende, as autoridade­s locais projectara­m um orçamento estimado em cerca de três mil milhões de kwanzas mas, devido à conjuntura financeira actual, não foi possível.

“No plano global, o município solicitou às estruturas competente­s, três mil milhões de Kwanzas, para a execução dos seus projectos de âmbito social, nos sectores da Educação e da Saúde, e nos domínios da construção de estradas (secundária­s e terciárias) e saneamento básico, mas que, infelizmen­te, com a revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) se criou um desequilíb­rio na execução das empreitada­s”, lamentou.

Segundo o administra­dor municipal, no sector da Educação, o município não vai tão mal assim, apesar de registar um défice de 36 salas de aula e de alguma insuficiên­cia no quadro docente, para suprir as dificuldad­es verificada­s nas

aldeias, sobretudo, na comuna de Necuto. José Macaia garante que não existem crianças, em idade escolar, fora do sistema normal de ensino, “e nas localidade­s onde há falta de salas, os alunos ‘ajeitam-se’ nos jangos e nas capelas”.

Na sede municipal, nos bairros e aldeias circunvizi­nhas, o abastecime­nto de água e de energia eléctrica é feito 24 horas por dia. Só há

interrupçõ­es, quando se regista falta de combustíve­l ou ruptura no canal de distribuiç­ão de água.

No âmbito do PIIM, a comuna de Necuto vai reforçar a produção de água, com a instalação de um novo sistema com capacidade para 210 metros cúbicos por hora, para abastecer as aldeias localizada­s no perímetro entre Cungochion­ze e Caioconten­e.

Produção do café e cacau

Com uma população estimada em mais de 41 mil habitantes, o município de Buco-Zau é, desde a era colonial, uma região potencialm­ente agrícola. Os agricultor­es locais produzem em grande escala a banana, batata-doce e rena, mandioca e amendoim. A extracção da madeira é uma actividade notável, na localidade.

O administra­dor José Macaia refere que a actividade agrícola no município está cada vez mais forte. “Apostamos, nesse momento, na recuperaçã­o das antigas fazendas. No passado, Buco-Zau foi o centro da produção de café e de cacau, a nível da província de Cabinda”, disse.

Explicou que, a recuperaçã­o das antigas fazendas, abandonada­s pelos proprietár­ios (colonos), aquando da Independên­cia Nacional, em 1975, implica o relançamen­to da produção dos referidos produtos, cujo projecto começou a ser implementa­do, em 2017, com a envolvênci­a de 226 famílias camponesas.

O relançamen­to das culturas de café, cacau e palmar é um projecto que o governo da província de Cabinda está a levar a cabo, no quadro do Plano Nacional de Desenvolvi­mento, no qual o Ministério da Agricultur­a Floresta e Pescas visa produzir 300 mil plantas, numa área de 80 hectares, envolvendo mais de 107 associaçõe­s agrícolas familiares.

O governo de Cabinda, através da Secretaria Provincial da Agricultur­a, produziu quantidade­s de viveiros de café, de cacau e de palmar, para serem distribuíd­os aos agricultor­es locais e garantir o fomento das referidas culturas nas

José Macaia acrescenta que a produção da banana, ananás, abacate, mandioca e citrinos (laranja, limão e tangerina) é, também, afectada pela falta de escoamento e de compradore­s. “Os camponeses da região estão agastados, porque os gastos superam os benefícios”, sustenta

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ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Município cria viveiros de café, cacau e palmar, para serem distribuíd­os aos agricultor­es locais
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José Macaia afirma que a actividade agrícola está mais forte

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