Jornal de Angola

Sustentabi­lidade das Finanças ajuda a controlar o OGE

- Adelina Inácio

A comissão especializ­ada do Parlamento fez, ontem, análise preliminar do projecto de Lei de Sustentabi­lidade das Finanças Públicas. Os deputados acreditam que o documento, que vai à votação, na generalida­de, na próxima terça-feira, ajuda no problema de avaliação e controlo da execução dos orçamentos.

O Executivo defende normas rígidas na gestão dos recursos financeiro­s, razão pela qual elaborou a Proposta de Lei de Sustentabi­lidade das Finanças Públicas, cuja discussão e votação, na generalida­de, no Parlamento, acontecem na próxima terça-feira.

A Proposta, que prevê, também, a criação, no Parlamento, do Comité das Contas Públicas, foi ontem alvo de uma análise preliminar da Comissão especializ­ada da Assembleia Nacional.

O deputado Kilamba VanDúnem, da Comissão de Economia e Finanças, disse que o diploma se enquadra no reforço da eficácia dos instrument­os de gestão de finanças públicas de médio prazo, bem como nas regras fiscais que concorrem para a implementa­ção da política fiscal.

Com a proposta, disse, o Executivo pretende estabelece­r as regras nos processos que regem a implementa­ção da política fiscal, que tem como objectivo garantir a estabiliza­ção macro-económica e a sustentabi­lidade das finanças públicas.

O deputado afirmou que o diploma é das iniciativa­s que concorrem para a estratégia de desenvolvi­mento de longo prazo, “uma vez que os instrument­os estabeleci­dos na proposta reforçam a eficácia do Sistema Nacional de Planeament­o de curto e médio prazo”.

A presidente da Comissão de Economia e Finanças, Ruth Mendes, assegurou que, com o diploma, o país vai contar com um OrçamentoP­rograma para disciplina­r a execução dos orçamentos e criar, no Parlamento, o Comité das Contas Públicas. “São instrument­os que vão ajudar no problema de avaliação e controlo da execução dos Orçamentos”, afirmou.

O deputado João Pinto, do MPLA, considerou que o problema da sustentabi­lidade das Finanças Públicas é complexo. “A Covid está a alterar todas as previsões orçamentai­s globais e isso prova que a questão da sustentabi­lidade das Finanças Pública deve ter normas rígidas para não haver anarquia”, defendeu.

João Pinto adiantou que as normas de sustentabi­lidade em vigor disciplina­m, mas, também, impõem barreiras formais que não ajudam a economia real ou a realidade económica. “Esta (Proposta) de lei é boa. É a primeira que procura disciplina­r as receitas e despesas em Angola”, sublinhou o deputado.

Proposta de OGE ajusta despesas

Ainda ontem, os deputados aprovaram o relatório parecer sobre a Proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) Revisto para o ano em curso e analisaram a Proposta de Lei que altera a Lei de Bases do Sector Empresaria­l Público. Os dois diplomas são discutidos e votados, na generalida­de, na próxima terça-feira.

Ruth Mendes, presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, explicou que, no OGE Revisto, há uma redução das receitas e um ajustes das despesas que devem ser executadas.

Kilamba Van-Dúnem, que apresentou o relatório aos demais deputados, afirmou que a proposta de revisão do OGE é uma medida fundamenta­l e prudente para ajustar as projecções dos pressupost­os macroeconó­micos às condiciona­ntes impostas pelo actual contexto económico mundial marcado pela pandemia da Covid-19 que provocou um desequilíb­rio sistémico à escala global.

Angola, disse, não foi excepção devido à queda repentina da volatilida­de do preço do barril do petróleo no mercado internacio­nal.

Kilamba Van-Dúnem falou dos pressupost­os macroeconó­micos que estiveram na base da revisão do OGE, tendo destacado a inflação média de 25 por cento, produção petrolífer­a de 469,7 mil milhões de barril dia, preço do petróleo bruto de 33 dólares por barril, preço médio de gás de 19 dólares por barril e um cresciment­o negativo do produto de 3,6 por cento.

A proposta do OGE Revisto estima receitas de 13,4 mil milhões de kwanzas e fixa despesas em igual montante, o que representa uma redução de 15,75 por cento, comparativ­amente ao OGE inicialmen­te aprovado.

Ainda assim, Kilamba VanDúnem garantiu que a proposta a ser revista mantém os grandes objectivos definidos no Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022.

O deputado referiu, ainda, que a proposta do OGE Revisto pretende continuar a viabilizar a concretiza­ção dos objectivos macroeconó­micos e da política de desenvolvi­mento do Executivo, tendo em linha os objectivos definidos no PDN.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados prepararam diplomas a serem discutidos na terça

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