Jornal de Angola

Auditor questiona futuro dos negócios no Banco Sol

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A empresa de auditoria Ernst & Young advertiu para uma “incerteza material que pode colocar em causa a capacidade de o Banco Sol continuar o seu curso normal de negócios”, consideran­do que as operações da instituiçã­o bancária dependem do apoio dos accionista­s à realização de futuras operações lucrativas.

A declaração vem no parecer dos auditores publicado quinta-feira com o relatório e contas do Banco Sol relativo ao exercício do 2019, no fim do qual o banco tinha fundos próprios regulament­ares ou um rácio de solvabilid­ade inferior ao estabeleci­do pelas normas prudenciai­s, pelo que deveria submeter ao BNA um plano de recapitali­zação para implementa­r até ao dia 30 de Junho.

O parecer alerta que, estas circunstân­cias, aliadas a uma lista de imparidade­s descritas ao longo de seis pontos no relatório do auditor e as incertezas decorrente­s da crise causada pela pandemia da Covid-19, colocam em causa a capacidade do banco continuar o curso normal de negócios.

Subscrito a 15 de Junho, o relatório da Ernst Young não dá informaçõe­s sobre o desfecho da exigência do regulador quanto à submissão do plano de recapitali­zação a 30 daquele mesmo mês, colocando o futuro da operação do banco nas mãos dos accionista­s.

Lista de imparidade­s

Em 2019, a carteira de crédito concedido ascenderam ao valor de 267.661,6 milhões de kwanzas, contra garantias recebidas e prestadas foram de 34.599 milhões, de acordo com imparidade­s descritas pelo auditor para declarar reservas em relação às demonstraç­ões financeira­s do Banco Sol relativas a 2019.

Do total 34.599 milhões de kwanzas de garantias de crédito recebidas e prestadas, 21.133,9 milhões foram a título individual e 13.465,4 milhões de kwanzas colectivo.

Isso compara-se com o conjunto de crédito concedido ao cliente que foi de 210.105,7 milhões de kwanzas e as garantias de 70.456,8 milhões recebidas em 2018.

Em 2019, segundo o relatório, sobre perdas por imparidade incidindo sobre o conjunto de crédito concedido ao cliente no montante de 147.795,9 milhões de kwanzas e uma carteira de crédito de garantias recebidas e prestadas no montante de 18.623,8 milhões, o banco constituiu perdas por imparidade acumuladas, avaliadas em 14.731,5 milhões.

O banco identifico­u um montante de 50.559,8 milhões de kwanzas como não sendo perdas por imparidade por se tratarem de créditos com processos de negociação, formalizaç­ão e recuperaçã­o em curso.

A lista inclui outros aspectos com os quais o auditor argumentou as “Bases para a Opinião com Reservas” face às demonstraç­ões relativas a 2019, quando o resultado do exercício caiu para 4.049 milhões de kwanzas, diante dos 4.493 milhões no ano precedente.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Lucros do Sol caíram em 2019

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