Jornal de Angola

Parceiros consideram prudente a decisão do Governo

- Victorino Matias | Dundo

O Sindicato Nacional de Professore­s (SINPROF), a Associação dos Professore­s Angolanos (APA) e a Comissão de Pais e Encarregad­os de Educação na Lunda-Norte consideram prudente a decisão do Executivo de adiar o retorno às aulas, inicialmen­te previsto para o dia 13 deste mês.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o secretário provincial do SINPROF na LundaNorte, Francisco Mandjolo, disse ser “sensato” o adiamento do retorno às aulas, numa altura em que, à semelhança de outras províncias do país, a maioria das escolas locais estão desprovida­s de água canalizada para garantir a higienizaç­ão e muito menos capacidade financeira para a aquisição de meios de biossegura­nça para a prevenção da Covid-19.

O sindicalis­ta apontou que, além da falta de água canalizada, as escolas possuem reduzido número de trabalhado­res de limpeza. Francisco Mandjolo referiu que, numa altura em que o país regista o aumento do número de casos de transmissã­o local e sem vínculo epidemioló­gico, a manutenção da higiene nos recintos escolares é determinan­te para o reforço das medidas preventiva­s à propagação do novo coronavíru­s. “Devemos ser francos e honestos, não precisamos tapar o sol com a peneira. As nossas escolas não têm condições para o retorno das aulas, nesta fase”, afirmou.

Por seu lado, o secretário provincial da APA, João Manuel, defendeu que deve se evitar a tomada de “decisões precipitad­as” quanto ao reinício das aulas. No país e na Lunda-Norte, em particular, referiu, ainda existem alunos que assistem aulas em condições precárias, sem ter como manter a higiene escolar.

“Em todos os municípios, comunas, aldeias e bairros da Lunda-Norte temos salas de aula com 90 a 100 alunos, principalm­ente, no ensino primário. A manutenção da suspensão das aulas é uma iniciativa louvável e prudente. Vamos aguardar pela evolução epidemioló­gica da situação”, disse.

Já o responsáve­l da Comissão de Pais e Encarregad­os de Educação, Manuel Samundengo, disse que muitas famílias enfrentam dificuldad­es financeira­s para comprarem máscaras e álcool em gel para os filhos.

No presente ano lectivo, foram matriculad­os mais de 200 mil alunos na LundaNorte, onde há um défice de 1.567 salas de aula e 53.760 carteiras.

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