Práticas que prejudicam as meninas e mulheres
Milhões de meninas e mulheres, a nível do mundo, são submetidas a práticas que prejudicam a sua saúde física e psicológica, uma situação que ocorre com pleno conhecimento e consentimento das suas famílias, amigos e comunidades.
Segundo Florbela Fernandes, “estas práticas são reais e acontecem a cada minuto, durante milhares de vezes por dia, ao redor do mundo”, tendo sido identificadas pelo menos 19 práticas específicas contra meninas e mulheres que têm sido universalmente denunciadas.
Abusos e violações dos direitos humanos, são as principais práticas prejudiciais submetidas contra as meninas e mulheres, entre as quais se destacam a mutilação genital feminina, o casamento infantil e a preferência por filhos de sexo masculino.
O FNUAP sublinha que tais práticas têm em comum uma concepção generalizada de que as meninas valem menos que os rapazes, o que permite aos progenitores controlarem igualmente os seus corpos e as suas vidas, sem ter em atenção que todas estas práticas causam traumas profundos de longo prazo, que as impedem de atingirem o seu pleno desenvolvimento.
“Temos verificado que a Covid-19 tem causado, em muitos casos, a redução e interrupção de programas de saúde sexual reprodutiva”, disse a representante do FNUAP em Angola, acrescentando que com o impacto da pandemia, o número de mulheres incapazes de aceder ao planeamento familiar tem aumentado.
Face à redução do número de mulheres ao acesso ao planeamento familiar, “como consequência tem vindo a aumentar o número de gravidez indesejada, violência baseada no género e outras práticas prejudiciais à saúde da mulher e meninas em todo o mundo”, espelhou Florbela Fernandes.
A representante do FNUAP em Angola é de opinião que ao se interromper os programas que visam ajudar a acabar com a mutilação genital feminina, bem como os esforços para pôr fim ao casamento infantil, espera-se por um potencial acréscimo de mais de 13 milhões de casamentos infantis entre 2020 e 2030.
O Dia Mundial da População é uma oportunidade para os Estados aumentarem a consciência sobre o que representa este crescimento populacional, bem como melhorar o acesso à saúde sexual reprodutiva. Até Dezembro de 2019, o mundo tinha 7.7 biliões de habitantes, estando este ano muito próximo de atingir 8 biliões.