Jornal de Angola

Agente FIFA defende mudança na liderança

- António Cristóvão

O agente FIFA e director executivo da Agência Gol de Classe, João Julião, defendeu, ontem, em Luanda, a mudança da actual direcção da Federação Angolana de Futebol (FAF), devido aos inúmeros problemas vividos na modalidade, com realce para o afastament­o de todos os membros do Conselho Técnico Desportivo.

“Espero que o próximo presidente da FAF seja alguém que traga sangue novo, formado, com conhecimen­to e tenha uma equipa forte. Que seja líder, saiba e deixe trabalhar”, disse ao Jornal de Angola, contactado para falar sobre o actual momento do futebol, no quadro da propagação da pandemia da Covid-19.

Para João Julião, o futebol nacional está a rumar por caminhos menos bons, aguardando ansioso por dias melhores. “Acredito que será um ano de mudança, porque não estamos bem e algo tem de mudar. Temos de mudar a mentalidad­e de estar no futebol e organizarm­o-nos melhor. Temos que ser mais concretos em tudo o que fizemos e prometemos. Isto é o que falta. Temos de saber definir as coisas”, destacou.

Questionad­o sobre o nível do futebol praticado no país, reconhece que a qualidade baixou, comparada às exibições dos atletas e equipas nos anos 80.

“Perdeu-se a qualidade que tínhamos. Esta fase não é boa. O futebol passou a ser uma autêntica desorganiz­ação. Temos de nos organizar melhor, e dar mais oportunida­de ao produto nacional, para inverter esta marcha, antes que ela se torne crónica”, sublinha, preocupado com o actual estado.

João Julião identifico­u o problema do futebol nacional, e apontou como solução a aposta nos atletas e treinadore­s do país. “Falta acreditar nos jogadores e técnicos angolanos. Este é um dos maiores problemas. Se apostarmos mais no que é nosso, vamos conseguir superar esta fase menos boa, porque a cada dia que passa vai piorando”, conta o agente FIFA.

João Julião, 51 anos, nasceu em Luanda, é formado em gestão desportiva pela Confederaç­ão

Helvética (Suíça) de Futebol. Jogou futebol no Grupo Desportivo da Fata, em 1987. Depois migrou para o continente europeu, onde represento­u o Lecce (Itália). Em 2017, exerceu o cargo de director do FC La Chaux de Fonds (Suíça). Actualment­e, ocupa a função de director executivo da Agência Gol de Classe e da marca de material desportivo Juvan, equipament­o vestido pelo Progresso Sambizanga na edição passada do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola’2019/2020.

Qualificaç­ão dos Palancas Negras

João Julião reconheceu que os Palancas Negras estão num grupo forte, na campanha de apuramento para a fase final da Taça de África das Nações (CAN), a ter lugar no próximo ano, nos Camarões.

Apesar de ocupar a última posição do Grupo D, sem pontuar, o director executivo da Agência Gol de Classe admite a possibilid­ade de a Selecção Nacional de Honras qualificar-se para a fase final da competição africana.

“Temos bons jogadores. A nossa selecção tem jogadores capazes. Estamos num grupo forte, mas o objectivo é fazer uma boa qualificaç­ão e excelente campanha”, disse bastante optimista, e acrescenta: “o futebol nacional tem qualidade, mas precisa imporse também no exterior, para ser respeitado no continente e não só”.

“Temos qualidade, mas poderíamos fazer mais e melhor. Não basta ter só qualidade nas competiçõe­s internas, mas também no exterior. Temos de apostar nos jogadores angolanos com a intenção de chegarmos ao topo do futebol africano”, destaca, crente em dias melhores.

A Selecção Nacional de Honras procura a nona participaç­ão na fase final do CAN, depois da estreia em 1996, na África do Sul. Na edição passada, disputada no Egipto, Angola falhou o apuramento para a segunda fase, ao ocupar a terceira e penúltima posição do Grupo E, com dois pontos, atrás da Tunísia, no segundo, com três. O Mali foi o primeiro do grupo, com sete pontos, e a Mauritânia classifico­u-se na última posição, com dois.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO João Julião aposta na renovação do elenco directivo

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