Chamada à selecção e mudança de clube
Com as mudanças políticas depois do 25 de Abril de 1974, a vida desportiva do país praticamente parou. Depois da independência as coisas começaram a mudar progressivamente, e em 1976 Lourenço fez parte da primeira selecção nacional de futebol depois da Independência convocada por Amílcar Silva, que dentre outros contava com jogadores como Inguila, Dinis, Chico Lopes, Garcia, Salviano, Chimalanga e muitos outros.
Lourenço conta que foi motivo de muito orgulho estar diante de jogadores que eram nossas referências. “Na minha posição haviam mais de seis jogadores muito mais experientes que eu, como o Chico Lopes, Salviano e Garcia. Por isso, não foi fácil fazer um jogo diante destes personagens. Ganhei muita experiencia com eles que foi decisiva para o meu futuro no futebol nacional”.
Em função da experiencia que foi ganhando, em 1977 Lourenço foi convocado para representar a selecção militar de Angola que era composta pelos melhores jogadores do país em idade militar. De entre eles estavam Napoleão, Ângelo, Sabino, Ndunguidi, Chimalanga, Garcia, Luvambo, Leles, Barros, Manico, Ndongala, Horácio, Mateus César, Zeca, Mascarenhas, VanDuném, Sansão, e muitos outros, que eram tecnicamente orientados pelo Dr. Eduardo Santos e o presidente era o comandante Ndalu.
Com o passar do tempo reforçaram o grupo jogadores como Amândio, Júlio Mendes, Cuba, Nsuka, Mavuba, Mendinho, Tandu, Rosinha, Vieira Dias, Alves, Barbosa e muitos outros. Lourenço fez parte do grupo de jogadores que no dia 1 de Agosto estiveram presentes por altura da transformação da selecção militar para 1º de Agosto.
Em 1978, o 1º de Agosto ganhou o seu primeiro troféu ao vencer o torneio “Ano da Agricultura” numa final contra o Progresso do Sambizanga. Em 1979/80 Lourenço, ganhou o seu primeiro campeonato nacional de futebol numa final diante do Nacional de Benguela ( seu ex clube). Ele recorda-se com muita alegria. “Foi um jogo inesquecível, e o Nacional com jogadores como Leandro, Quim, Silva, Samuel, Lino e outros deram grande luta e valorizaram o nosso triunfo por 2-1”.
Quisemos saber se de facto o golo da vitória militar foi precedido, como se disse, de falta de Sansão sobre o guardião Pinto Leite, ao que Lourenço, respondeu: “sim de facto houve um toque sobre Pinto Leite na pequena área. O Sansão era muito possante e por isso o choque desequilibrou o guarda-redes. A verdade é que o árbitro validou o golo e nós vencemos o jogo. Foi com muito orgulho que recebi a taça de campeão nacional das mãos do então presidente José Eduardo dos Santos, no seu primeiro ano como presidente da República.”