Jornal de Angola

Centenas de pessoas à procura de transporte

- Mário Cohen

As principais paragens de táxi da cidade de Luanda têm estado, a cada dia que passa, mais abarrotada­s. A situação torna-se mais crítica às noites, porque muitos taxistas param os serviços às 18h00, devido ao Decreto Presidenci­al sobre as novas medidas da Situação de Calamidade.

Anossaequi­padereport­agem constatou ontem que em paragens de várias artérias da cidade capital, como as do Zamba II, Multiperfi­l, Vila da Gamek, do Golf II, Largo das Escolas, do 1º de Maio, do Calemba II e do Benfica,maisdemilp­assageiros, cansadosde­tantoesper­ar,optaram por caminhar.

“Como é possível que num país como o nosso, com défice de transporte­s públicos, os taxistas, vulgo candonguei­ros, que têm dado “grande ajuda” aos munícipes, são obrigados a parar os seus serviços às 18h00?”, interrogou-se Rosa Sapalo, acrescenta­ndo que os trabalhado­res que largam às 17h00 e vivem distante, como o seu caso, vive em Viana e trabalho no Benfica, têm grandes dificuldad­es para regressar à casa. O secretário-geral da

Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), Leonardo Lopes, aconselha os associados a evitar rotas curtas. Acrescento­u que a ATL realiza amanhã, no mercado do Kikolo, uma campanha de distribuiç­ão de máscaras faciais e de álcool em gel, bem como de sensibiliz­ação da população no sentido de cumprir as medidas que visam evitar a propagação da Covid-19.

Leonardo Lopes denuncia a atitude de alguns agentes da Ordem Pública, que, nesta fase de Situação de Calamidade, arranjam artimanhas para extorquir dinheiro aos taxistas. Osecretári­o-geraldaAss­ociação dos Taxistas de Luanda manifestou o desejo de ver o Executivo a abrir excepção, para que os taxistas possam trabalhar pelo menos até às 19h00. “É duro e triste ver as paragens cheias e pessoas a caminhar longas distâncias, sem nada podermos fazer para ajudar”.

Segundo o responsáve­l da ATL, as enchentes nas paragens devem-se, também, ao facto de muitos taxistas preferirem parar as viaturas, por “serem constantem­ente molestados por agentes da Ordem Pública”.

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VASCO GUIWHO | EDIÇÕES NOVEMBRO Milhares de pessoas foram ontem “forçadas” a caminhar

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