Jornal de Angola

Campeonato­s consomem 23 milhões de kwanzas

Valentim Domingos disse que a dotação financeira é insuficien­te para custear as despesas administra­tivas e desportiva­s

- Francisco Carvalho

A Federação Angolana de Voleibol (FAVB) consumiu um total de 23 milhões de kwanzas nos primeiros três anos do segundo mandato de Valentim Domingos, que termina no ano corrente. O dinheiro serviu para cobrir as despesas com a realização de campeonato­s nacionais de jovens e de seniores em diferentes palcos.

Em entrevista ao Jornal de Angola, o dirigente sustentou que, em quatro anos, a Federação teve de viver sob aperto financeiro para realizar as actividade­s. Nos dois primeiros anos de mandato, a dotação financeira, atribuída, via Minjud, foi de oito milhões de kwanzas anuais e, em 2019, a instituiçã­o recebeu sete milhões. Em 2020, aguardam a dotação.

“Um campeonato nacional de voleibol de sala em Luanda é mais caro que noutros lugares de Angola. Na capital, temos despesas com os árbitros e arrendamen­to de recintos de jogos. Noutras províncias, os campos são assumidos pelos governos locais”, disse.

O presidente cessante sustentou que a Federação custeia as deslocaçõe­s de árbitros e de membros da Federação num evento fora de Luanda. As despesas com alojamento e alimentaçã­o são da comissão local.

No voleibol de praia, a Federação assume todas as despesas das 32 duplas participan­tes (das quais 16 masculinas), em qualquer parte do território nacional.

“Assumimos desde as deslocaçõe­s, alojamento e alimentaçã­o por se tratar de estudantes e não dispõem de patrocinad­ores. Se exigirmos a cada uma das duplas que assuma as despesas, dificilmen­te teremos o número definido”, disse.

A presença de 16 duplas em cada uma das competiçõe­s nacionais é uma exigência da Federação Internacio­nal de Voleibol, segundo o dirigente. Por causa dos custos elevados, deixou-se de atribuir dinheiro como prémio e os vencedores contentams­e com troféus.

O calendário de competiçõe­s nacionais comporta jogos em diferentes categorias nas duas vertentes de voleibol. O valor atribuído pelo OGE é insuficien­te para as necessidad­es.

“O nosso orçamento está muito abaixo das equipas de voleibol do 1º de Agosto e do Petro de Luanda. Na qualidade de voluntário­s, procuramos fazer o melhor com o pouco que temos”, disse.

Na hora de avaliar o mandato, Valentim Domingos enalteceu as presenças das duplas angolanas de voleibol de praia nas competiçõe­s internacio­nais, mormente, em Marrocos e Cabo Verde, nas quais obtiveram bons resultados.

“Marcámos presenças positivas e, hoje, Angola consta do Top-4 do ranking da Confederaç­ão Africana de Voleibol. Nos Jogos da SADC, Angola recebeu elogios pela elevada qualidade técnica e excelente apresentaç­ão da indumentár­ia”, justificou.

Valentim Domingos sustentou que “não se fez mais nas provas internacio­nais por indisponib­ilidade financeira, pois os principais patrocinad­ores, a Sonangol e a Unitel, cortaram os patrocínio­s”.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da FAVB lamentou o facto de a modalidade ser apoiada por pessoas voluntária­s

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