Campeonatos consomem 23 milhões de kwanzas
Valentim Domingos disse que a dotação financeira é insuficiente para custear as despesas administrativas e desportivas
A Federação Angolana de Voleibol (FAVB) consumiu um total de 23 milhões de kwanzas nos primeiros três anos do segundo mandato de Valentim Domingos, que termina no ano corrente. O dinheiro serviu para cobrir as despesas com a realização de campeonatos nacionais de jovens e de seniores em diferentes palcos.
Em entrevista ao Jornal de Angola, o dirigente sustentou que, em quatro anos, a Federação teve de viver sob aperto financeiro para realizar as actividades. Nos dois primeiros anos de mandato, a dotação financeira, atribuída, via Minjud, foi de oito milhões de kwanzas anuais e, em 2019, a instituição recebeu sete milhões. Em 2020, aguardam a dotação.
“Um campeonato nacional de voleibol de sala em Luanda é mais caro que noutros lugares de Angola. Na capital, temos despesas com os árbitros e arrendamento de recintos de jogos. Noutras províncias, os campos são assumidos pelos governos locais”, disse.
O presidente cessante sustentou que a Federação custeia as deslocações de árbitros e de membros da Federação num evento fora de Luanda. As despesas com alojamento e alimentação são da comissão local.
No voleibol de praia, a Federação assume todas as despesas das 32 duplas participantes (das quais 16 masculinas), em qualquer parte do território nacional.
“Assumimos desde as deslocações, alojamento e alimentação por se tratar de estudantes e não dispõem de patrocinadores. Se exigirmos a cada uma das duplas que assuma as despesas, dificilmente teremos o número definido”, disse.
A presença de 16 duplas em cada uma das competições nacionais é uma exigência da Federação Internacional de Voleibol, segundo o dirigente. Por causa dos custos elevados, deixou-se de atribuir dinheiro como prémio e os vencedores contentamse com troféus.
O calendário de competições nacionais comporta jogos em diferentes categorias nas duas vertentes de voleibol. O valor atribuído pelo OGE é insuficiente para as necessidades.
“O nosso orçamento está muito abaixo das equipas de voleibol do 1º de Agosto e do Petro de Luanda. Na qualidade de voluntários, procuramos fazer o melhor com o pouco que temos”, disse.
Na hora de avaliar o mandato, Valentim Domingos enalteceu as presenças das duplas angolanas de voleibol de praia nas competições internacionais, mormente, em Marrocos e Cabo Verde, nas quais obtiveram bons resultados.
“Marcámos presenças positivas e, hoje, Angola consta do Top-4 do ranking da Confederação Africana de Voleibol. Nos Jogos da SADC, Angola recebeu elogios pela elevada qualidade técnica e excelente apresentação da indumentária”, justificou.
Valentim Domingos sustentou que “não se fez mais nas provas internacionais por indisponibilidade financeira, pois os principais patrocinadores, a Sonangol e a Unitel, cortaram os patrocínios”.