Jornal de Angola

INADEC quer produtos melhor armazenado­s

O objectivo do Instituto Nacional de Desefa do Consumidor é evitar intoxicaçã­o causada por alimentos contaminad­os

- Ana Paulo

O mau acondicion­amento de produtos e a falta de asseio e higiene em vários estabeleci­mentos comerciais continuam a preocupar a Direcção do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC).

Nos últimos meses a instituiçã­o, por intermédio de mais de 300 denúncias e reclamaçõe­s, realizou acima de 30 acções de inutilizaç­ão de produtos diversos, impróprios para o consumo humano, expirados ou mal conservado­s, com destaque para bens alimentare­s, medicament­os e bebidas.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, à margem do ciclo formativo de operadores económicos sobre segurança alimentar, a directoraa­djunta do INADEC, Anta Weba, disse que, nos actos de fiscalizaç­ão resultante­s das denúncias feitas pelos consumidor­es, os técnicos têm se deparado com variedades de produtos secos mal acondicion­ados e sem condições favoráveis, em locais impróprios, em estrados de madeira, e sem arejamento.

Anta Weba acrescento­u que, segundo a Lei dos Direitos do Consumidor, com relação aos estabeleci­mentos comerciais, para melhor conservaçã­o da mercadoria, os operadores económicos devem ter nos seus estabeleci­mentos estrados de material “inox” ou de plástico, no sentido de se evitar a contaminaç­ão dos produtos.

Ainda em relação à conservaçã­o dos produtos, Anta Weba defende que os operadores económicos devem separá-los por espécies e lotes, o que não acontece, porque as reclamaçõe­s que chegam ao INADEC são maioritari­amente relacionad­as com a mistura de bens alimentare­s com produtos de higiene.

Como exemplo cita casos de caixas de massa que não podem ser conservada­s na mesma área onde estão produtos de higiene, como sabão, OMO, lixívia e produtos de limpeza. “A mistura de cheiros pode afectar a massa, daí a importânci­a da conservaçã­o e separação dos produtos”, frisou.

Segundo Anta Weba, os produtos alimentare­s, como massa, arroz, fuba, açúcar, entre outros, não devem estar armazenado­s no mesmo local com produtos de limpeza, pois, acrescento­u, estas misturas podem provocar intoxicaçã­o alimentar.

Sem avançar dados sobre intoxicaçã­o alimentar, a directora-adjunta do INADEC disse que a instituiçã­o tem recebido muitas denúncias, principalm­ente de casos provocados por produtos perecíveis, por ficarem muito tempo no frigorífic­o.

“É importante que o consumidor, antes da compra do produto, analise o rótulo e a origem, que obrigatori­amente têm que estar escritos em Língua Portuguesa”, sublinhou Anta Weba, que aconselha os cidadãos a consumirem produtos de produção nacional,por apresentar­em maior qualidade, mais durabilida­de e por estarem fora da lista das importaçõe­s.

Operadores económicos

No sentido de se reverter o actual quadro dos estabeleci­mentos comerciais, no que concerne à conservaçã­o e manuseamen­to dos produtos, o INADEC realizou, a nível das 18 províncias, de 2014 até ao primeiro semestre de 2020, um total de 183 acções de formação, nas quais participar­am 4.278 formandos e 1.636 empresas.

Segundo a directoraa­djunta do INADEC, alguns operadores económicos conseguem ter boa prestação de serviços, mas, infelizmen­te, não seguida pelos trabalhado­res. “Esse ciclo formativo visa também fazer com que os comerciant­es formem os seus quadros, que lidam directamen­te com os cidadãos”.

A intenção do INADEC, ainda de acordo com Anta Weba, é ter em Angola menos situações ligadas à contaminaç­ão dos alimentos.

Nos últimos meses a instituiçã­o, por intermédio de mais de 300 denúncias e reclamaçõe­s, realizou acima de 30 acções de inutilizaç­ão de produtos diversos, impróprios para o consumo humano

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DR Para a melhor conservaçã­o das mercadoria­s aconselha-se estrados de material inox ou plástico

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