Jornal de Angola

País reduziu importação de alimentos

Diploma começa a ser discutido, hoje, nas Comissões de Trabalho Especializ­adas da Assembleia Nacional. A votação final global está prevista para o dia 28

- Garrido Fragoso

O ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, anunciou, ontem, que as importaçõe­s de bens alimentare­s no país têm estado a diminuir, devido a uma melhor organizaçã­o implementa­da no mercado cambial e ao aumento da procura de produtos nacionais. Manuel Nunes Júnior respondia, na Assembleia Nacional, às preocupaçõ­es levantadas pelos deputados no âmbito da discussão e aprovação na generalida­de da proposta do Orçamento Geral do Estado revisto para o exercício económico de 2020.

A Proposta de Lei de Revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o Exercício Económico deste ano foi aprovada, ontem, na generalida­de, com 133 votos do MPLA e FNLA, nenhum contra e 53 abstenções da UNITA, CASA-CE e PRS.

O diploma, que vinha sendo debatido desde terça-feira, na presença de membros do Executivo afectos aos diferentes sectores, começa a ser discutido, hoje, nas Comissões de Trabalho Especializ­adas da Assembleia Nacional. A votação final global está prevista para o dia 28.

O OGE Revisto para 2020 prevê receitas de 13 biliões e 455 mil milhões de kwanzas e despesas de igual valor, reflectind­o uma redução de 15,7 por cento relativame­nte ao que está em vigor.

No orçamento ontem aprovado, o Executivo privilegia o aumento da despesa de capital, que cresce 9,3 por cento, devendo atingir cerca de um bilião 462 mil milhões de kwanzas. No global, o OGE Revisto reduz em 3,4 por cento as despesas com bens e serviços. No que diz respeito às despesas com amortizaçã­o de capital da dívida, o orçamento apresenta uma contracção de 23 por cento, situando-se em cinco biliões 557 mil milhões de kwanzas. Dois terços destinam-se à amortizaçã­o da dívida interna.

Diminuição das importaçõe­s

Antes da aprovação do diploma, na generalida­de, os titulares de vários departamen­tos ministeria­is presentes na sessão plenária extraordin­ária, chefiados pelo ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior, respondera­m a uma série de questões colocadas pelos parlamenta­res durante o debate do OGE Revisto.

O ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica anunciou, no âmbito da reanimação do sector produtivo, que as importaçõe­s de bens alimentare­s no país têm estado a diminuir devido a uma melhor organizaçã­o implementa­da no mercado cambial e ao aumento da procura de produtos nacionais.

Ao informar que tais importaçõe­s consomem cerca de 25 por cento das divisas utilizadas para importação de bens do sector não petrolífer­o, Manuel Nunes Júnior disse, a título de exemplo, que no último trimestre de 2019 as importaçõe­s de bens alimentare­s custaram aos cofres do Estado 717 milhões de dólares. No primeiro trimestre deste ano foram apenas de 495 milhões de dólares.

Manuel Nunes Júnior referiu que as reformas económicas visam, acima de tudo, a mudança da estrutura económica do país. "É algo que se fala há vários anos, mas do ponto de vista prático poucas acções foram desenvolvi­das, com resultados que pudessem ser observados", afirmou. O ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica defendeu mais apoios para os empresário­s nacionais com todos os elementos que propiciem bons negócios, para que nos próximos anos o país deixe de ter uma economia dependente do petróleo.

Segundo Manuel Nunes Júnior, o país viveu défices do OGE de 2014 até 2017, mas dois anos depois houve uma reversão do processo e o país passou a apresentar saldos fiscais positivos.

Sublinhou que a dívida pública em 2017 era de 82.2 mil milhões de dólares, mas em 2019 passou para 72,6 mil milhões de dólares. A dívida do país entre 2017 e 2019 em termos reais (em dólares) diminuiu, indicou.

Segundo o ministro de Estado, o país registou um aumento em termos nominais em 2017 porque neste ano não houve grande depreciaçã­o da moeda, ao contrário dos anos seguintes, em que se registou a desvaloriz­ação do Kwanza.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Diploma, que começou a ser discutido na terça-feira, passou com os votos favoráveis dos deputados do MPLA e da FNLA

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