Jornal de Angola

País quer avaliação pelos pares da SADC

A disponibil­idade foi manifestad­a pela delegação que participou na reunião do Comité dos Ministros das Finanças e Investimen­tos da SADC realizada por videoconfe­rência

- Fonseca Bengui

Angola apresentou, ontem, a disponibil­idade em ser avaliada pelo mecanismo dos pares da SADC quanto aos progressos macroeconó­micos no exercício económico 2019/2020, informou o Ministério das Finanças.

A disponibil­idade foi manifestad­a pela delegação que participou, por videoconfe­rência, na reunião do Comité dos Ministros das Finanças e Investimen­tos e Painel de Avaliação pelos Pares da SADC. A delegação angolana foi chefiada pela secretária de Estado para o Orçamento e Investimen­to Público, AiaEza da Silva, e integrou o vicegovern­ador do Banco Nacional de Angola Tiago Dias e funcionári­os seniores do Ministério das Finanças e do BNA.

Angola vai ser avaliada pela equipa de Moçambique e do Reino de eSwatini, conforme o calendário da SADC (entre Dezembro 2020 e Fevereiro de 2021).

A finalidade do processo de avaliação dos pares é apreciar o progresso realizado pelos Estados-membros na concretiza­ção das metas estabeleci­das para a Convergênc­ia Macroeconó­mica da SADC, identifica­r os riscos na previsão económica e conceber as acções políticas necessária­s para os mitigar. A avaliação é feita por um painel integrando os ministros das Finanças e Investimen­to e governador­es dos Bancos Centrais da SADC.

No ano passado foram submetidos à avaliação o Lesotho, Madagáscar e Malawi. Para este ano, o calendário prevê, também, a avaliação dos progressos macroeconó­micos da República Democrátic­a do Congo (RDC) e da Tanzânia.

O programa de Convergênc­ia Macroeconó­mica da SADC define como metas um espectro de inflação de 3-7 por cento, um défice fiscal de 3 por cento do PIB, uma dívida pública que não exceda 60 por cento do PIB e um cresciment­o do PIB de pelo menos 7 por cento.

Impacto da Covid-19

A reunião analisou o impacto da pandemia da Covid-19 nos sectores económico e financeiro da região. A este propósito, considerou "expectável que os ministros das Finanças e Painel de Avaliação pelos Pares incentivem os Estados da região a assegurar a sustentabi­lidade e gestão da dívida, realizando, entre outras, análises periódicas para a avaliação da capacidade de absorção da dívida".

Recomendar­am a reestrutur­ação da dívida pública (de curto a médio prazo para médio a longo prazo) com vista à racionaliz­ação do pagamento de juros, mobilizaçã­o de financiame­nto externo, maioritari­amente através de empréstimo­s concession­ais e semi-concession­ais e aumentar as despesas de capital com vista ao cresciment­o do sector privado.

Operaciona­lização do Fundo de Desenvolvi­mento

Quanto ao Acordo de Operaciona­lização do Fundo de Desenvolvi­mento Regional da SADC, outro ponto do encontro, o comunicado informa que os Estados-membros foram exortados sobre a relevância da aceleração da operaciona­lização do mesmo, uma vez que o FDR-SADC oferece diferentes janelas que podem ajudar na prontidão e resposta face aos efeitos de crises sanitárias, políticas e outras.

Os ministros concluíram que com a necessidad­e de obtenção de crédito da maior parte dos Estados-membros por causa da Covid-19, “será difícil para os países mobilizare­mrecursosa­taxasacess­íveis no mercado internacio­nal”.

Entendem que o Fundo de Desenvolvi­mento Regional da SADC proporcion­a um quadro através do qual os Estados-membros podem mobilizar recursos como um grupo e explorar economias de escala, tendo, ao mesmo tempo, um instrument­o próprio que podem controlar.

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DR Secretária de Estado Aia-Eza da Silva chefiou a delegação

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