Secretária de Estado abordou perigo do tráfico de seres humanos
A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, realçou, ontem, em Luanda, a importância do papel dos profissionais de saúde e assistentes sociais na identificação de eventuais vítimas de tráfico de seres humanos.
Ana Celeste Januário, que discursava na abertura de uma palestra sobre o “Tráfico de seres humanos em Angola”, dirigida a profissionais da saúde e assistentes sociais, disse que aqueles profissionais mais facilmente conseguem identificar, nas vítimas, casos de tráfico.
A secretária de Estado afirmou que o tráfico de seres humanos é uma ameaça à segurança nacional e internacional, pois envolve acções muito sofisticadas, nas quais os criminosos, para atingirem os seus objectivos, manipulam as vítimas com promessas enganosas e actuam de forma cruel.
Ana Celeste Januário revelou que as formas mais frequentes de tráfico são exploração sexual, trabalho infantil e doméstico e a remoção de órgãos.
A exploração sexual, revelou, representa 59 por cento do tráfico de seres humanos a nível mundial. “Estima-se que, no mundo, milhares de pessoas estejam no circuito do tráfico de seres humanos. Este crime movimenta mais de 20 milhões de dólares por ano”, sublinhou.
O facto de alguém se aproveitar da situação de vulnerabilidade de outra pessoa, sobretudo de mulheres e crianças, auferindo lucros, torna o tráfico de seres humanos um fenómeno desumano que exige o envolvimento de todas as nações, defendeu.
A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania fez saber que, no âmbito do combate ao tráfico de seres humanos, o país trabalha no domínio da prevenção, entre outras acções realizadas pela Comissão Interministerial de Combate ao Tráfico de Seres Humanos. Ana Celeste informou que Angola aderiu à base de dados da SADC e à campanha “coração azul”. Este é o segundo ano que o país participa na campanha.