Faltas e desperdícios
A água é arma indispensável no combate ao novo coronavírus, pelo que, antes dos efeitos que o caracterizam terem ganho, entre nós, a dimensão actual, foram tomadas medidas, por Decreto Presidencial, para todos dispormos dela, tenhamo-la canalizada ou não.
A decisão, mais uma atempadamente tomada, nesta luta contra o “inimigo invisível”, foi bem acolhida pela população em geral, sabendo-se da dificuldade que há, em certas zonas do país, para a ter sem recurso a furos, com frequência imprópria para consumo, ou a rios distantes de casa. Era de supor, devido à situação extraordinária que somos obrigados a viver, que todos déssemos à água o valor que ela realmente tem, mas não.
Pelo menos, em Luanda, designadamente na capital, continua a ser desavergonhadamente desbaratada. Devido a canalizações públicas danificadas por acidente, mas, também, propositadamente por “lavadores de carros” e “garimpeiros”. Em ambos os casos em benefício próprio e prejuízo da comunidade, que lhe sente a falta em casa e a vê correr por artérias, passeios e jardins.
A água, saliente-se outra vez, é arma imprescindível para tentar fugir aos efeitos do novo coronavírus, pelo que desperdiçá-la é crime contra a saúde pública. Como é deixar que tal suceda. É urgente, pois, que se ponha cobro às duas situações. Em tempo de pandemia não são admissíveis provocações, nem incompetências.