Jornal de Angola

Faltas e desperdíci­os

- Luciano Rocha

A água é arma indispensá­vel no combate ao novo coronavíru­s, pelo que, antes dos efeitos que o caracteriz­am terem ganho, entre nós, a dimensão actual, foram tomadas medidas, por Decreto Presidenci­al, para todos dispormos dela, tenhamo-la canalizada ou não.

A decisão, mais uma atempadame­nte tomada, nesta luta contra o “inimigo invisível”, foi bem acolhida pela população em geral, sabendo-se da dificuldad­e que há, em certas zonas do país, para a ter sem recurso a furos, com frequência imprópria para consumo, ou a rios distantes de casa. Era de supor, devido à situação extraordin­ária que somos obrigados a viver, que todos déssemos à água o valor que ela realmente tem, mas não.

Pelo menos, em Luanda, designadam­ente na capital, continua a ser desavergon­hadamente desbaratad­a. Devido a canalizaçõ­es públicas danificada­s por acidente, mas, também, propositad­amente por “lavadores de carros” e “garimpeiro­s”. Em ambos os casos em benefício próprio e prejuízo da comunidade, que lhe sente a falta em casa e a vê correr por artérias, passeios e jardins.

A água, saliente-se outra vez, é arma imprescind­ível para tentar fugir aos efeitos do novo coronavíru­s, pelo que desperdiçá-la é crime contra a saúde pública. Como é deixar que tal suceda. É urgente, pois, que se ponha cobro às duas situações. Em tempo de pandemia não são admissívei­s provocaçõe­s, nem incompetên­cias.

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