Jornal de Angola

Taxa de desemprego em Cabinda atinge 42 por cento

- Joaquim Suami | Cabinda

O desemprego no seio dos jovens em Cabinda aumentou de 21 para 42 por cento com o surgimento da pandemia de Covid-19, resultante­s das dificuldad­es das empresas, tendo atingido uma taxa de 97,6 por cento das actividade­s comerciais.

Do total das empresas inquiridas, 19,64 por cento apontam para uma queda na arrecadaçã­o de receitas e 14 por cento de firmas observam maior índice com despesas e custos devido à crise financeira agravada com o surgimento da pandemia de Covid-19.

Esses dados constam de uma pesquisa feita pela consultori­a CEPI a 142 empresas de produção de bens e serviços, em Cabinda, sobre o impacto da Covid-19 nas Micro, Pequenas e Médias Empresas, no período entre Maio e Junho deste ano.

O estudo contou com a participaç­ão da Universida­de 11 de Novembro e da UPRA – Universida­de Privada de Angola, núcleo de Cabinda.

A análise diz ainda que, do conjunto das 142 empresas, 30,98 por cento reduziram, de forma significat­iva, a força de trabalho na ordem de 50 por cento e 24,64 por cento estão a operar com 20 por cento e 14,78 por cento conseguem atingir os 100 por cento da sua mão-de-obra.

O coordenado­r da pesquisa, Henrique Bitebi, apela a uma maior intervençã­o do Governo Central e Local para que consigam mitigar os efeitos negativos que estão afectar as instituiçõ­es na produção e prestação de serviços.

Para Henrique Bitebi, das 142 empresas inquiridas na pesquisa, 42,95 por cento consideram que a política do Governo Central de recuperar a economia do país pode acontecer dentro de cinco anos e 33 por cento mostram-se indecisos do tempo que vai durar a recuperaçã­o da economia nacional, em função das actuais medidas que estão a ser tomadas pelo Executivo, o que poderá acelerar o fracasso da produtivid­ade das empresas da região.

Linhas de créditos

Segundo o consultor Henrique Bitebi, das 142 empresas em análise, 12,5 por cento afirmam ter conhecimen­to de linhas de créditos levadas a cabo pelo Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA), para o alívio económico e fiscal. No estudo, acrescenta, 71 por cento das empresas afirmam que não consegue concorrer a diversas linhas de crédito por várias razões, como o cepticismo, a veracidade dos programas, a burocracia excessiva e dificuldad­es no acesso à informação essencial para a obtenção de financiame­nto.

“O Governo provincial, para salvar as empresas locais, deve procurar compreende­r que os programas elaborados a nível central, tem que ter em conta as especifici­dades de cada região, com vista a existir maior integração entre empresas com a finalidade de haver maior competitiv­idade através do fomento da indústria transforma­dora e do sector agrícola para o estímulo da empregabil­idade”, aconselha.

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