Godinho aponta directrizes para modalidade na Nigéria
Dirigente foi prelector de conferência promovida para transmitir experiência sobre sucesso e hegemonia alcançados no continente
Investimentos na formação de treinadores, bem-estar dos jogadores, parcerias estratégicas de negócios com órgãos corporativos e políticas correctas do Governo sobre desporto são os ingredientes que podem levar o andebol nigeriano à elevação de níveis e alcance do pódio, sustentou Pedro Godinho, um dos vice-presidentes da Confederação Africana de Andebol (CAHB), durante uma conferência promovida pela Federação Nigeriana, em parceria com a entidade continental e a Federação Internacional (IHF).
A conferência decorreu no âmbito da semana mundial do andebol, que se celebra desde 12 do corrente até amanhã, no quadro dos festejos da fundação da IHF em 12 de Julho de 1946, na Dinamarca.
A falar em inglês e francês sobre o tema: “Como desenvolver o jogo de andebol de um país, e torná-lo numa modalidade de pódio: A Experiência Angolana”, disse que “a realidade angolana é de um ambiente propício para a prática desportiva”.
Em declarações ao Jornal
de Angola sobre o aludido ambiente, Pedro Godinho explicou que “em muitos países africanos os governos não reservam cabimentações financeiras periódicas para as Federações, como é em Angola”.
“O que esperavam de Angola é uma explicação sobre o segredo de Angola manter-se estes anos todos como campeã africana, e demos algumas 'dicas' do que temos feito”.
“A regulamentação, pela Lei, de prémios por medalhas em competições continentais ou mundiais, a construção de infra-estruturas desportivas e o nível de organização das distintas federações”, acrescentou, fazem parte do aludido ambiente que favoreceu a ascensão do andebol angolano, e podem ser modelos a serem adoptados pela Federação Nigeriana.
“Em Angola temos, em pelo menos sete províncias, quadras cobertas para a prática do andebol em particular, e há países que não têm isso. Falamos da renovação constante dos plantéis das selecções. Dei-lhes o exemplo de Argel, 2014, em que perdemos um título, mas ganhámos uma equipa. Falei da criação da Associação de Treinadores que, além do refrescamento constante dos técnicos, vai ajudar a mudar coisas nos conceitos de jogo. Fiz-lhes ver que a participação nos escalões é muito importante, porque cada jogadora que chega à equipa sénior, em regra, já vem com dois Campeonatos Africanos e Mundiais de cadetes e juniores. Falei da adulteração de idades que enferma muito o andebol nestes países”, comentou.
“Palestrar nestes eventos é prestigiante não só para a pessoa, mas principalmente para o prestígio do nosso andebol, do país. Senti que ficaram satisfeitos. Aliás, o evento foi acompanhado por várias Federações, cerca de 12, daquela região e não só”, terminou.
Nas reacções à prelecção de Pedro Godinho, San Ocheho, presidente da Federação Nigeriana, agradeceu a disponibilidade do angolano e prometeu acatar as “luzes” deixadas pelo angolano. “Agradecemos a disponibilidade. Vamos tentar seguir as sugestões. Obrigado por todas elas, e vamos tentar fazer o melhor”, prometeu.