Testes revelam províncias expostas ao vírus
Além de Luanda e Cuanza-Norte, as províncias da Huíla, Cabinda, Benguela e Lunda-Norte registaram exposição ao novo
coronavírus.
As províncias da Huíla, Cabinda, Benguela e Lunda Norte, comparativamente a de Luanda reportaram, em números menores, a exposição do novo coronavírus, revelou, ontem, o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Franco Mufinda, que falava na sessão diária de actualização de dados da Covid-19, considerou a província de Luanda com maior circulação comunitária do vírus que causa a doença. Indicou que dados recentes apontam para exposição de quatro pessoas, em cada 100, na base da testagem rápida serológica que foi concluída há alguns dias.
Face ao actual quadro epidemiológico, Franco Mufinda aconselhou a população a reduzir o tempo de exposição em aglomerações, como nos mercados e paragens de táxis. "É preciso saber que ficando mais tempo nestes locais há maior probabilidade de aumentarmos a contaminação".
Justificou que as medidas de prevenção só terão efeitos caso as pessoas façam o uso correcto da máscara facial, lavagem com frequência das mãos com água e sabão. Acrescentou ainda que é importante desinfectá-las com álcool em gel, a não violação da cerca sanitária, assim como manter o distanciamento físico.
Mais 49 casos positivos
O país conta, desde ontem, com 448 doentes, destes 11 requerem cuidados especiais, cinco pacientes estão sob ventilação mecânica invasiva e um com oxigenoterapia.
O governante informou que, nas últimas 24 horas, registaram 49 infecções, o que resulta num acumulado de 687 casos confirmados, além da recuperação de mais onze pacientes, que dá um total de 210 pessoas livres da pandemia, até à data, e 28 óbitos.
Dos 49 casos positivos reportados, segundo o secretário de Estado, 40 são homens e os restantes mulheres. Apontou o distrito da
Maianga, Viana, Sambizanga, Ingombota e Kilamba Kiaxi as zonas mais afectadas pela pandemia da Covid-19.
Dados adicionais
De acordo com o secretário de Estado, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 76 chamadas, das quais uma denúncia de violação do Estado de Calamidade e 163 relacionadas com pedidos de informação da Covid-19.
Nas últimas 24 horas foram processadas 2.515 amostras, sendo 49 positivas e 2.466 negativas. Com estes dados, o total de amostras processadas, até ontem, é de 53.111, deste número 687 positivas, 46.614 negativas.
Há ainda 5.810 que se encontram em processamento.
Franco Mufinda informou que, ainda ontem, foram realizados 2.425 testes rápidos serológicos, dos quais 117 reactivos, o que representa 4,8 em cada 100 pessoas rastreadas estiveram expostas ao vírus SARS-COV-2.
O total de testes rápidos serológicos realizados é de 21.987, dos quais 1.005 foram reactivos, o que significa que 4,5 em cada 100 pessoas rastreadas estiveram expostas ao novo coronavírus.
Na quarentena institucional foram dadas 64 altas, 29 em Luanda, 13 Bié, nove no Moxico, oito no Uíge, três no Cuando Cubango e duas Cuanza-Norte.
Denúncia
O secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, apelou, ontem, às pessoas que se encontram em quarentena institucional, viajantes e outras na condição de contactos de casos positivos a evitarem práticas menos correctas, como extorsão de dinheiro.
"Pessoas há que têm estado a solicitar viajantes de voos humanitários e contactos de casos positivos, cobrando entre 50 e 600 mil kwanzas, para obter alta precoce, assim como para a testagem rápida, denunciou o governante.
Por outro lado, Franco Mufinda disse que as autoridades sanitárias com critérios específicos, são os únicos responsáveis credenciados para o acompanhamento e testagem, alertando que não existe cobrança para este tipo de serviço.
"Os cuidados de saúde em Angola são gratuitos, por isso é preciso que se façam denúncias deste tipo de prática. Também circulam muitas informações falsas nas redes sociais sobre cobranças de testes ligados à Covid19, que não correspondem à verdade", sustentou o secretário de Estado.
“Pessoas há que têm estado a solicitar viajantes de voos humanitários e contactos de casos positivos, cobrando entre 50 e 600 mil kwanzas, para obter alta precoce, assim como para a testagem rápida, denunciou o governante”