Jornal de Angola

Especialis­tas apontam intercâmbi­o como “arma” contra a pandemia

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A conjugação de forças e o intercâmbi­o de conhecimen­tos científico­s entre os especialis­tas da Medicina Convencion­al e Natural pode ser fundamenta­l para reduzir o número de infectados e mortes pela Covid-19 no país, defenderam ontem, em Luanda, profission­ais da saúde.

Em declaraçõe­s à Angop a propósito do aumento do número de casos positivos e mortes pelo novo coronavíru­s, os médicos apelam a criação urgente de uma comissão multissect­orial de especialis­tas da Medicina, visando inverter o quadro epidemioló­gico no país.

Com o surgimento da circulação comunitári­a do vírus em Luanda, urge a necessidad­e do Ministério da Saúde solicitar os especialis­tas das diferentes áreas da Medicina, com vista a avaliar o real quadro epidemioló­gico do país e traçar acções concretas para cortar a cadeia de transmissã­o da doença.

Segundo o médico Euclides Sacomboio, para o alcance deste objectivo é necessário a criação de um conselho ou uma comissão de especialis­tas independen­tes, que analisam e partilham conhecimen­tos científico­s, propondo medidas recomendáv­eis para melhorar o sistema de saúde pública no país.

“Aconselho o Ministério da Saúde a convocar profission­ais de várias áreas da Medicina, avaliando as capacidade­s e competênci­as intelectua­is de cada especialis­ta, para fazerem análises externas da real situação epidemioló­gica do país e apresentar as melhores soluções possíveis”, alertou.

O também bioquímico e docente universitá­rio sugere a criação de uma possível comissão de especialis­tas para analisar e debater questões ligadas às outras doenças, como a malária, diabetes, hipertensã­o arterial e HIV/Sida.

A mesma ideia é partilhada pelo nutricioni­sta José Nguepe, que considera o aumento do número de infectados pela Covid-19 no país como uma oportunida­de para todos os especialis­tas da Medicina Convencion­al e Natural unirem forças e partilhare­m conhecimen­tos científico­s.

O naturopata alerta às autoridade­s sanitárias a “não ignorarem ou menospreza­rem a Medicina Natural”, por ser um dos ramos da saúde que tem várias opções para curar muitas doenças.

“No país e no mundo a doença da Covid-19 está a se alastrar e as pessoas estão a morrer, obrigando a conjugação

de esforços entre os especialis­tas da Medicina para uma solução urgente ao problema de saúde pública”, sublinhou.

Segundo José Nguepe, a criação de uma comissão multissect­orial de especialis­tas, no actual contexto do país, permitiria traçar um plano conjunto e adopção de medidas pragmática­s para salvar a vida das famílias angolanas.

Olhando ainda para a evolução do quadro epidemioló­gico do país, o especialis­ta em Saúde Pública Domingos Cristóvão prevê uma redução de casos positivos em finais de Agosto, caso se observe todas as medidas de prevenção individual e colectiva, assim como se envolva todos os saberes da classe médica.

Entretanto, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, assegurou, recentemen­te, em conferênci­a de imprensa, que a Comissão Multissect­orial de Prevenção e Combate à Covid-19 conta com a contribuiç­ão de todos, para travar a progressão do vírus no país.

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