População continua a ignorar as medidas de prevenção
As medidas de prevenção da Covid-19 continuam a ser ignoradas em Ndalatando, província do Cuanza-Norte, mesmo depois de terem sido registados 18 casos positivos da pandemia.
Os locais de obtenção de água potável, como chafarizes, cacimbas e o sistema de água da fábrica Santa Isabel, são os principais focos do incumprimento das medidas de prevenção.
Em algumas cacimbas dos bairros Posse, Sambizanga e Camundai vê-se cidadãos amontoados, à espera de oportunidade para acarretar o precioso líquido. O incumprimento do distanciamento físico, máscaras abaixo do queixo e, nalguns casos, sem ela, é visível no local.
De quase todos os pontos da urbe chegam a Santa Isabel
indivíduos com os mesmos comportamentos como os das cacimbas, ou seja, incumprimento do metro e meio de distanciamento na fila de atendimento e com a cara desprotegida. Na fábrica Santa Isabel aparecem também motoqueiros ao volante de “kupapatas” para aquisição e venda ambulante de água. Têm na carroçaria um ajudante a menos de 100 centímetros do condutor, logo a desrespeitar a separação recomendada pelas autoridades sanitárias.
Catarina de Jesus Maria estava sem máscara, segundo ela, por morar perto do chafariz. Ter água em casa era mais prioritário que a prevenção. “Sei que é perigoso, mas precisamos de água em casa para satisfazer as nossas necessidades”, disse.
Quem está preocupado com a violação das medidas de prevenção pede a intervenção da Polícia Nacional nos centros de abastecimento de água. “A Polícia deve estar perto desses locais para fiscalizar o comportamento dessas pessoas e multar todos aqueles que não usam máscaras”, recomenda Zizi de Pedro, morador na rua dos Voluntários. Acrescenta que, apesar da crise, a multa seria potencial fonte de arrecadação de receitas para comprar materiais de biossegurança para os mais carentes.
Cuanza-Norte está a mais de oito dias sem registo de casos da Covid19 e, no geral, conta com 18 positivos, um morto, 861 indivíduos em quarentena domiciliar, 127 na institucional e enviou aos laboratórios, em Luanda 1.445 amostras.