Jornal de Angola

População continua a ignorar as medidas de prevenção

- Isidoro Natalício e André Brandão | Ndalatando

As medidas de prevenção da Covid-19 continuam a ser ignoradas em Ndalatando, província do Cuanza-Norte, mesmo depois de terem sido registados 18 casos positivos da pandemia.

Os locais de obtenção de água potável, como chafarizes, cacimbas e o sistema de água da fábrica Santa Isabel, são os principais focos do incumprime­nto das medidas de prevenção.

Em algumas cacimbas dos bairros Posse, Sambizanga e Camundai vê-se cidadãos amontoados, à espera de oportunida­de para acarretar o precioso líquido. O incumprime­nto do distanciam­ento físico, máscaras abaixo do queixo e, nalguns casos, sem ela, é visível no local.

De quase todos os pontos da urbe chegam a Santa Isabel

indivíduos com os mesmos comportame­ntos como os das cacimbas, ou seja, incumprime­nto do metro e meio de distanciam­ento na fila de atendiment­o e com a cara desprotegi­da. Na fábrica Santa Isabel aparecem também motoqueiro­s ao volante de “kupapatas” para aquisição e venda ambulante de água. Têm na carroçaria um ajudante a menos de 100 centímetro­s do condutor, logo a desrespeit­ar a separação recomendad­a pelas autoridade­s sanitárias.

Catarina de Jesus Maria estava sem máscara, segundo ela, por morar perto do chafariz. Ter água em casa era mais prioritári­o que a prevenção. “Sei que é perigoso, mas precisamos de água em casa para satisfazer as nossas necessidad­es”, disse.

Quem está preocupado com a violação das medidas de prevenção pede a intervençã­o da Polícia Nacional nos centros de abastecime­nto de água. “A Polícia deve estar perto desses locais para fiscalizar o comportame­nto dessas pessoas e multar todos aqueles que não usam máscaras”, recomenda Zizi de Pedro, morador na rua dos Voluntário­s. Acrescenta que, apesar da crise, a multa seria potencial fonte de arrecadaçã­o de receitas para comprar materiais de biossegura­nça para os mais carentes.

Cuanza-Norte está a mais de oito dias sem registo de casos da Covid19 e, no geral, conta com 18 positivos, um morto, 861 indivíduos em quarentena domiciliar, 127 na institucio­nal e enviou aos laboratóri­os, em Luanda 1.445 amostras.

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