Jornal de Angola

Refugiados e requerente­s de asilo beneficiam de cestas básicas e materiais de biossegura­nça

- Isidoro Samutula | Cambulo

Um total de 300 famílias refugiadas e requerente­s de asilo, na vila mineira do Nzagi, município do Cambulo, província da Lunda-Norte, beneficiou de cestas básicas e materiais de biossegura­nça para a prevenção da Covid-19.

A doação, uma iniciativa dos Serviços Jesuítas aos Refugiados, resulta de um trabalho desenvolvi­do pela organizaçã­o, com o objectivo de combater a fome extrema, garantindo a segurança alimentar dos refugiados e requerente­s de asilo.

O director provincial dos Serviços Jesuítas aos Refugiados referiu que, devido à pandemia, houve uma redução nas fontes de rendimento das famílias refugiadas. “Por esta razão, os apoios são necessário­s com vista a proporcion­ar conforto e esperança a estas pessoas”, disse.

Tomé Azevedo Ngundike sublinhou que a prioridade, nesta fase da Covid-19, é acompanhar os refugiados e requerente­s de asilo vulnerávei­s, dandolhes o apoio necessário para a sua integração social dentro das comunidade­s onde estão inseridos.

Reconheceu que, apesar de não ser suficiente, ajuda vai minimizar as dificuldad­es das famílias refugiadas. O director dos Serviços Jesuítas aos Refugiados explicou que estas famílias fazem parte de um grupo que beneficiou de ajuda entre 2000 e 2014. “Em função do contexto, e tendo em conta a responsabi­lidade da organizaçã­o, conseguimo­s, com ajuda dos parceiros, sobretudo, a Igreja Católica Alemã, organizar recursos para adquirir bens da cesta básica para as famílias em causa”, disse.

Tomé Azevedo Ngundike disse que o processo de assistênci­a às famílias carenciada­s não se limita apenas aos refugiados e requerente­s de asilo, mas também às famílias angolanas em situação de vulnerabil­idade.

No município do Lóvua, onde se encontra o assentamen­to dos refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC), foram distribuíd­as cestas básicas às 290 famílias. “Sempre que haver disponibil­idade de recursos, será feita a distribuiç­ão aos refugiados em todos os municípios, para a promoção do espírito de integração social e comunitári­a harmoniosa”, disse.

Tomé Azevedo Ngundike referiu que, nos próximos dias, vão levar assistênci­a aos refugiados do município do Lucapa, que também clamam por ajuda humanitári­a. Depois do Lucapa, acrescento­u, voltam novamente ao município do Cambulo, para apoiar as famílias angolanas em situação de vulnerabil­idade.

O coordenado­r dos refugiados no município do Cambulo, João Penguele, agradeceu o gesto, augurando dias melhores. Actualment­e, são controlado­s 1.950 refugiados e requerente­s de asilo provenient­es da RDC, República do Congo (Brazzavill­e), Ruanda, Burundi, Tanzânia, Tchad que, na sua maioria, não pensa regressar aos países de origem, na medida em que já vivem em Angola há 23 anos e constituír­am famílias.

“Éramos cerca de cinco mil refugiados, mas alguns foram em busca de melhores condições de vida em outras províncias e outros regressara­m aos países de origem”, concluiu.

 ?? BENJAMIM CÂNDIDO| EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Um total de 300 famílias refugiadas foi contemplad­o
BENJAMIM CÂNDIDO| EDIÇÕES NOVEMBRO Um total de 300 famílias refugiadas foi contemplad­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola