Jornal de Angola

Há cada vez mais interesse em explorar petróleo nas bacias terrestres

Decisão impulsiona­da por pressões de pequenos operadores internacio­nais com elevadas expectativ­as face à recuperaçã­o da indústria petrolífer­a angolana

- Cristóvão Neto

A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) mantém a previsão da licitação de concessões das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza, devido ao interesse dos investidor­es internacio­nais, declarou uma fonte do Jornal de Angola instada, ontem, a comentar a realização de sessões de esclarecim­ento sobre o assunto agendadas pelo concession­ário para quarta e quinta-feira.

A fonte indicou pressões para a obtenção de concessões que partem, principalm­ente, de empresas de pequena e média dimensão dos Estados Unidos, Reino Unido e Nigéria, num interesse gerado pela expectativ­a de recuperaçã­o do mercado petrolífer­o e o potencial dos domínios que são submetidos a concurso.

A Bacia Terrestre do Kwanza, de acordo com a fonte, já foi operada pela antiga petrolífer­a francesa Fina (que mais tarde juntou-se à Total) nos anos 50 do século passado, até 1987, com métodos de produção antigos, acreditand­o-se na emergência de um novo potencial com um outro levantamen­to de dados e métodos igualmente novos.

A Bacia Terrestre do Baixo Congo conta com um operador angolano do sector privado, a Somoil, expedindo sete mil barris de petróleo dia, de acordo com a fonte, que considera ser essa quantidade de crude adequada aos negócios de empresas de pequena e média dimensão.

A fonte revelou que o préanúncio do concurso público internacio­nal para a licitação das duas concessões é em Outubro, com a licitação a ocorrer em Fevereiro de 2021.

Expectativ­as de retoma

A expectativ­a de retoma da indústria petrolífer­a angolana é partilhada pelas grandes companhias internacio­nais que operam no país, empresa de dez sondas de perfuração, em Abril, apenas uma esteja em operação.

“As sondas começaram a sair em Abril, mas não saíram para longe”, afirmou a fonte, apontando o largo das costas de Angola e da Namíbia como a localizaçã­o dos operadores e equipament­os retirados naquele mês das concessões petrolífer­as angolanas.

Segundo a fonte, “as petrolífer­as não cancelaram, mas suspendera­m algumas operações”, naquela altura (em Abril), afectadas pelo impacto da pandemia da Covid-19 na economia e a queda dos preços do petróleo.

Referiu, como parte das novas expectativ­as, a recuperaçã­o do preço do Brent, na sexta-feira negociado a 43,14 dólares no mercado de futuros de Londres, contra preços que rondavam os 15 dólares em Abril, antes dos ganhos iniciados naquele mesmo mês, em resultado de uma acção concertada entre os principais produtores mundiais de crude, um ambiente que encoraja os investidor­es.

A ANPG tem estado a anunciar sessões de esclarecim­ento para empresas nacionais do sector petrolífer­o sobre o processo de licitação das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza.

Os encontros visam informar os investidor­es nacionais sobre o processo de licitação agendado para este ano, com temas que incidem sobre o quadro contratual dos blocos, termos comerciais, incentivos fiscais, questões ambientais, acesso às terras, pacote de dados, direitos e obrigações das empresas interessad­as e outras.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Operação da Somoil na Bacia do Baixo Congo dinamiza a aposta do concession­ário e operadores

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