Há cada vez mais interesse em explorar petróleo nas bacias terrestres
Decisão impulsionada por pressões de pequenos operadores internacionais com elevadas expectativas face à recuperação da indústria petrolífera angolana
A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) mantém a previsão da licitação de concessões das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza, devido ao interesse dos investidores internacionais, declarou uma fonte do Jornal de Angola instada, ontem, a comentar a realização de sessões de esclarecimento sobre o assunto agendadas pelo concessionário para quarta e quinta-feira.
A fonte indicou pressões para a obtenção de concessões que partem, principalmente, de empresas de pequena e média dimensão dos Estados Unidos, Reino Unido e Nigéria, num interesse gerado pela expectativa de recuperação do mercado petrolífero e o potencial dos domínios que são submetidos a concurso.
A Bacia Terrestre do Kwanza, de acordo com a fonte, já foi operada pela antiga petrolífera francesa Fina (que mais tarde juntou-se à Total) nos anos 50 do século passado, até 1987, com métodos de produção antigos, acreditando-se na emergência de um novo potencial com um outro levantamento de dados e métodos igualmente novos.
A Bacia Terrestre do Baixo Congo conta com um operador angolano do sector privado, a Somoil, expedindo sete mil barris de petróleo dia, de acordo com a fonte, que considera ser essa quantidade de crude adequada aos negócios de empresas de pequena e média dimensão.
A fonte revelou que o préanúncio do concurso público internacional para a licitação das duas concessões é em Outubro, com a licitação a ocorrer em Fevereiro de 2021.
Expectativas de retoma
A expectativa de retoma da indústria petrolífera angolana é partilhada pelas grandes companhias internacionais que operam no país, empresa de dez sondas de perfuração, em Abril, apenas uma esteja em operação.
“As sondas começaram a sair em Abril, mas não saíram para longe”, afirmou a fonte, apontando o largo das costas de Angola e da Namíbia como a localização dos operadores e equipamentos retirados naquele mês das concessões petrolíferas angolanas.
Segundo a fonte, “as petrolíferas não cancelaram, mas suspenderam algumas operações”, naquela altura (em Abril), afectadas pelo impacto da pandemia da Covid-19 na economia e a queda dos preços do petróleo.
Referiu, como parte das novas expectativas, a recuperação do preço do Brent, na sexta-feira negociado a 43,14 dólares no mercado de futuros de Londres, contra preços que rondavam os 15 dólares em Abril, antes dos ganhos iniciados naquele mesmo mês, em resultado de uma acção concertada entre os principais produtores mundiais de crude, um ambiente que encoraja os investidores.
A ANPG tem estado a anunciar sessões de esclarecimento para empresas nacionais do sector petrolífero sobre o processo de licitação das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza.
Os encontros visam informar os investidores nacionais sobre o processo de licitação agendado para este ano, com temas que incidem sobre o quadro contratual dos blocos, termos comerciais, incentivos fiscais, questões ambientais, acesso às terras, pacote de dados, direitos e obrigações das empresas interessadas e outras.