Jornal de Angola

Tecnologia de baixo custo ajuda a expandir colheitas

É fase da colheita do milho. Maria Tchombe, 49 anos, moradora na localidade da Tchikala, comuna do Hoque, município do Lubango, tem as palmas das mãos enrugadas por causa do descasque manual das espigas.A velocidade da colheita é determinad­a pelo número d

- Arão Martins | Lubango

O Instituto de Desenvolvi­mento Agrário está a introduzir máquinas para aumentar os rendimento­s na agricultur­a familiar. O sector representa mais de 98 por cento das exploraçõe­s do país e enquadra mais de três milhões de famílias.

António Manuel, 56 anos, outro camponês da mesma localidade, explicou que recolhe espiga por espiga, tanto aquelas presas nas plantas como aquelas caídas no chão. A utilização de máquinas na colecta das espigas, reconheceu, contribuir­ia imenso para reduzir as perdas, sobretudo na fase da seca.

Na povoação da Tchikala, comuna do Hoque, existe a associação de camponeses denominada “A Luta Continua”.A associação conta com 65 membros, sendo 34 homens e 21 mulheres. Os associados enfrentam dificuldad­es várias para o desenvolvi­mento das suas actividade­s, por falta de meios materiais, tais como charruas de tracção animal, correntes, enxadas, pás, picaretas, ancinhos, catanas, machados e foices. A falta de fertilizan­tes é outra preocupaçã­o manifestad­a.

O coordenado­r da associação “A Luta Continua”, João Francisco Tyipinge, contou ao Jornal de Angola que a falta de tractores para desbravar os solos, além de motobombas e mangueiras para irrigação, constitui, igualmente, factores que impede o aumento da produção de produtos do campo.

João Francisco Tyipinge afirmou que a distribuiç­ão das sementes, por parte da Estação de Desenvolvi­mento Agrário (EDA) acontece sempre no fim da época agrícola, o que compromete as culturas.

Cortadora e debulhador­a

A apresentaç­ão, recente, de um conjunto de equipament­os mecânicos foi recebida com satisfação pelos camponeses da Tchikala. A cortadora é movida à gasolina e a debulhador­a, que faz o trabalho de separar o grão de milho da casca do caroço, trabalha a diesel. A ensacadeir­a com pás junta o grão e suga o mesmo para os sacos. A sachadora, além de cortar o capim, remove e destrói a crosta dura do solo, facilitand­o a infiltraçã­o das águas, tornando o solo mais fértil para desenvolve­r as sementes.

“Normalment­e, os produtores despendem muito esforço físico e realizam actividade­s produtivas muito penosas”, reconheceu João Francisco Tyipinge, afirmando que, por causa disso, o rendimento é muito baixo, em função das áreas e do tempo que ficam a trabalhar. A mecanizaçã­o“permite, por um lado, diminuir o desgaste e o esforço físico do camponês, e, por outro lado, aumenta a sua produtivid­ade.Se tiver que colher uma determinad­a quantidade em 30 minutos, com o equipament­o pode fazêlo em 2 minutos”, explicou.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
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LOURENÇO BULE | EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE

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