Por dentro do livro
Não resistimos a transcrever aqui parte da nótula editorial do livro:
“O colonialismo português restringiu diversas expressões culturais e criou barreiras físicas e psicológicas nos espaços sociais africanos, forçando uma grande parte da população nativa a mergulhar profundamente na rejeição dos seus nomes próprios tradicionais.
A obra de Aristóteles Kandimba é épica, no sentido de ser a primeira obra angolana a englobar nomes de quase todas as etnias e línguas bantu de Angola. Foi pesquisada e documentada durante sete longos anos e é uma afirmação do orgulho e valorização da riqueza cultural, que dá continuidade a uma civilização interrompida, mas jamais aniquilada - vencida.
Na tradição bantu, quanto ao sistema de nomeação, tudo é levado em consideração. A ancestralidade, a majestade, destreza, ferocidade e astúcia dos animais, a beleza e encanto das flores, os poderes medicinais das raízes, folhas e frutos, o mistério e invencibilidade das chuvas, trovões e das águas do rio e do mar, os acontecimentos diários, que tanto demonstram uma filosofia africana rara/sem igual, o elogio à vida, à natureza e o misticismo, os cognomes e alcunhas de louvor e exaltação, que, no seu todo, são uma forma imponente e fascinante de poesia africana.
Finalmente, Angola, os angolanos e seus descendentes, podem orgulhar-se de um livro que revive uma parte importantíssima da sua identidade”.