Jornal de Angola

Acordo global contra desigualda­de

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O Secretário-Geral da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu, ontem, que o mundo crie um “Novo Contrato Social para uma nova era” e um Novo Acordo Global para combater desigualda­des.

António Guterres discursou em directo, de forma virtual, para a Fundação Nelson Mandela, instituiçã­o da África do Sul, na comemoraçã­o do nascimento do histórico activista pelos direitos humanos, premiado com o Nobel da Paz em 1993 e Presidente da nação sul-africana entre 1994 e 1999.

Partindo de desigualda­des que não se resumem ao poder económico, mas que se observam a nível social e nas relações de poder, António Guterres disse que chegou a altura de preparar um futuro centrado em solidaried­ade, convidando todos a pensarem num “Novo Contrato Social” para políticas de trabalho, emprego, educação ou segurança social. Para o sustentar, deverá ser criado, também, um Novo Acordo Global, baseado numa “globalizaç­ão justa” e atenção aos “direitos das gerações futuras”.

Segundo o líder das Nações Unidas, o Novo Contrato Social e o Novo Acordo Global devem basear-se em dar oportunida­des iguais a todos e garantir que poder e riqueza são partilhado­s de maneira justa, respeitand­o, também, os direitos humanos.

“Os sistemas económico e político globais não estão a dar resultado em bens públicos críticos: saúde pública, acção climática, desenvolvi­mento sustentáve­l, paz”, criticou António Guterres.

O Secretário-Geral da ONU disse que, devido ao novo coronavíru­s, que causa a Covid-19, foram expostas “falácias e falsidades”, como “a mentira de que mercados livres podem distribuir cuidados de saúde para todos”, “a ilusão de que vivemos num mundo pós-racista” ou ainda “o mito de que estamos todos no mesmo barco”.

Guterres considerou que “a Covid-19 é como um Raio-X, que revela fracturas” na sociedade e “expõe riscos”, como “sistemas de saúde inadequado­s, lacunas na protecção social, desigualda­des estruturai­s, degradação ambiental e crise climática”.

O antigo Alto-Comissário da ONU para os Refugiados alertou que o mundo enfrenta riscos de haver “fome de proporções históricas” e de mais cem milhões de pessoas serem “empurradas para a pobreza extrema”.

A Conferênci­a Anual Nelson Mandela foi realizada 'online', com a participaç­ão do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e representa­ntes da juventude e da sociedade civil.

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