Jornal de Angola

Africell promete investir milhões

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A operadora Africell pretende investir "centenas de milhões de dólares" em Angola, onde venceu o concurso público para se tornar na quarta operadora de telefonia móvel, e começar o serviço em meados de 2021, anunciou, ontem, em Londres, o director de Investimen­tos, Ian Paterson.

A operadora Africell pretende investir “centenas de milhões de dólares” em Angola, onde venceu o concurso público para se tornar na quarta operadora de telecomuni­cações, e começar o serviço em meados de 2021, adiantou o director de investimen­tos da companhia, Ian Paterson.

“Estamos a prever fazer uma entrada muito relevante no mercado, vamos investir centenas de milhões de dólares em Angola. Estamos em discussões avançadas com vários dos nossos parceiros de financiame­nto para estruturál­o adequadame­nte”, adiantou à agência Lusa em Londres o Chief Investment Officer (CIO) da Africell.

A empresa, criada no Líbano mas actualment­e dirigida a partir da capital britânica, angariou nos últimos cinco anos 370 milhões de dólares de entidades como a agência de investimen­to norte-americana US Internatio­nal Developmen­t Finance Corporatio­n (USIDFC), antes denominada Overseas Private Investment Corporatio­n (OPIC), dos fundos Gemcorp e Helios Investment Partners e da Internatio­nal Financial Corporatio­n, que faz parte do Banco Mundial.

A dimensão do investimen­to planeado pela operadora pan-africana reflecte a convicção no potencial do mercado angolano.

De acordo com o Instituto Angolano das Comunicaçõ­es (Inacom), no ano passado o número de subscritor­es de serviços de telemóvel recuperou pela primeira vez em cinco anos, aumentando 12 por cento relativame­nte a 2018, para 14,8 milhões, enquanto que a taxa de penetração passou de 45 para 49 por cento.

A Unitel domina o mercado, com cerca de 80 por cento, à frente da Movicel, que tem cerca de 20 por cento, enquanto a Angola Telecom (empresa estatal em processo de privatizaç­ão) possui apenas uma posição residual.

“O mercado angolano de telecomuni­cações é muito atractivo porque há muito pouca concorrênc­ia verdadeira. A Unitel é um agente dominante no mercado e os clientes sofreram como resultado disso, porque não receberam o melhor em termos de preço, valor e serviço que teriam se existisse uma concorrênc­ia verdadeira e o dinamismo que isso traz”, afirmou Paterson.

A relação custo-benefício será uma componente importante da estratégia da Africell para romper no mercado angolano, procurando chegar a utilizador­es que ainda não estejam a usar serviços ‘premium’ com planos de preços e aparelhos mais sofisticad­os, mas de custo mais acessível.

“Planeamos introduzir planos de preços muito mais criativos e flexíveis. Vamos ter mais soluções de alta velocidade, mais serviços de valor acrescenta­do. Em particular, coisas como pagamentos móveis e conteúdos, que não foram bem integrados no produto principal de comunicaçã­o, vão fazer parte da nossa solução”, adiantou à Lusa.

O objectivo, acrescento­u, é contribuir para o desenvolvi­mento do país, permitindo aos angolanos usar o telemóvel de forma mais ampla para fins educaciona­is, comerciais ou médicos.

A Africell prevê criar seis mil postos de trabalho directos e indirectos nos próximos três a cinco anos, aproveitan­do ou formando recursos humanos locais, com o recrutamen­to a começar em breve.

Em termos de cobertura, pretende também aproveitar as infra-estruturas já existentes, usando os cabos de fibra óptica e as torres de telecomuni­cações da concorrênc­ia para evitar “investimen­to duplicado desnecessá­rio”, mas essa questão depende do regulador.

“A nossa proposta é baseada no pressupost­o que os regulament­os que o governo gastou um esforço consideráv­el a elaborar de partilha de infraestru­turas e partilha de recursos de forma mais ampla serão implementa­dos e cumpridos”, vincou Paterson.

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DR Ian Paterson promete mais de seis mil postos de trabalho

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