Djalma Campos pretende voltar à Selecção Nacional
Futebolista angolano campeão pelo FC Porto promete voltar à Selecção Nacional caso as próximas eleições operem alterações
De regresso a Portugal, após duas épocas ao serviço do Alanyaspor da Turquia, o avançado Djalma Campos visitou memórias da presença de Angola na Taça de África das Nações, disputada no ano passado no Egipto, e prometeu voltar a jogar pelos Palancas Negras, caso as próximas eleições operem mudanças na Federação de Futebol (FAF).
Ao recuar no tempo, o médio ofensivo tropeçou nos acontecimentos que marcaram, de forma negativa, o regresso do país, volvidos seis anos, à maior montra da modalidade no continente, sob o comando do sérvio Srdjan Vasiljevic, afastado por desentendimento com o vice-presidente do organismo federativo, Adão Costa, na defesa dos jogadores e dos interesses competitivos da Selecção Nacional.
Ao lamentar o facto de a prestação do grupo ter ficado aquém do perspectivado para a primeira fase da prova africana, nas cidades de Suez e Ismaília, dada à eliminação precoce, quando os quatro melhores terceiros classificados completaram o quadro dos oitavos-de-final, Djalma disse em que condições aceitaria defender as cores do país.
“Sim! Voltaria com todo o carinho que sinto pelo meu país, mas neste momento na FAF estão pessoas que não são verdadeiras. O futebol angolano merece melhor. Então, quando estas pessoas não estiverem lá, irei contribuir sem reservas”, prometeu.
Experiência na Turquia
O fim do vínculo com o Alanyasport, sexto classificado da Liga da Turquia, com 54 pontos, atrás do histórico Galatasaray, 55, superado na corrida ao título pelo campeão Istambul, 69, parece ser um até já ao futebol turco, pois a lista de clubes representados, que integra Kasimpasa, Konyaspor e Genclerbirligi, pode ser alargada: “Terminou a ligação ao clube, mas continuo com mercado na Turquia. O regresso é uma forte possibilidade. O balanço é positivo. Sempre encontrei na Turquia um campeonato muito competitivo e com grandes jogadores. O paradigma pode alterar um pouco, agora, com a redução de estrangeiros. Mas, mesmo assim, é sempre um campeonato aliciante”.
No conforto da família, o futebolista agenciado pela PromoSport aproveita arrumar a casa, sobretudo, as coisas adiadas enquanto esteve fora.
“Com a situação da pandemia, voltar a Portugal ajuda a organizar várias questões de fórum pessoal. Portugal pode ser hipótese para a próxima etapa da carreira, mas continuo aberto a propostas do exterior”.
Chama do Dragão
Em terras lusas desde tenra idade, por força da transferência do pai Abel Campos, que se notabilizou ao serviço do Sport Lisboa e Benfica, o “subcapitão” dos Palancas Negras coloca os dragões, vencedores da Liga de Portugal, no topo da já longa folha de serviço.
“No Marítimo, tive vários momentos especiais. No entanto, é com o FC Porto que alcanço vários objectivos na mesma temporada. Ser campeão português, ganhar a Supertaça e até disputar a Supertaça Europeia, frente ao Barcelona”, descreveu.
A pandemia da Covid-19 trouxe um novo normal para a humanidade, razão pela qual Djalma considera difícil voltar a ter adeptos “que são parte do jogo”, nos estádios, triste realidade, sublinhou, que exige capacidade de adaptação. “Economicamente, isso já se reflecte em vários clubes. Serão tempos difíceis, sem dúvidas”.
Motivado pelo pai
Aos 33 anos, o extremo veloz pensa fazer mais três épocas, sem descurar a imprevisibilidade do futebol, por ser “uma caixinha de surpresas”. E o Girabola entra nas cogitações, apesar de nunca ter sido abordado.“Não descarto nenhuma possibilidade. Se surgir, vou analisar e decidir. Não tenho qualquer problema em jogar por emblemas nacionais. Acompanho de forma igual todos os clubes. Por razões óbvias, gosto do Petro de Luanda. O meu pai foi ídolo do clube”. A melhoria das condições de trabalho e o aumento do profissionalismo são as pechas que emperram o futebol angolano.
“Os clubes devem preocupar-se com os centros de treino, os estádios e a formação com qualidade.Opaístemumpotencial incrível. Precisa de pessoas que realmente apostem no desenvolvimento do desporto. Temos vários jogadores espalhados pela Europa, mas a transição (sair do país) deve ser feita mais cedo”, recomendou.