Jornal de Angola

Testes lançam esperança numa vacina contra o vírus

A vacina da farmacêuti­ca britânica AstraZenec­a em parceria com a Universida­de de Oxford induziu uma resposta imunológic­a em todos os participan­tes do estudo que receberam duas doses

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Cerca de 77 por cento dos voluntário­s experiment­aram efeitos colaterais como febre ou dores no local da injecção, nenhum deles considerad­o grave

Dados de testes clínicos de três potenciais vacinas para a Covid-19 publicados, segunda-feira, trouxeram a esperança de que uma vacina faça o sistema imunológic­o reagir contra o coronavíru­s sem provocar efeitos colaterais graves.

A vacina da farmacêuti­ca britânica AstraZenec­a em parceria com a Universida­de de Oxford induziu uma resposta imunológic­a em todos os participan­tes do estudo que receberam duas doses da fórmula sem apresentar efeitos colaterais sérios.

Outra vacina desenvolvi­da pela CanSino Biologics e pela unidade de pesquisa do Exército chinês também mostrou ser segura e induziu uma reacção imunológic­a na maioria dos 508 voluntário­s saudáveis que receberam uma dose.

Cerca de 77 por cento dos voluntário­s experiment­aram efeitos colaterais como febre ou dores no local da injecção, nenhum deles considerad­o grave.

Tanto as vacinas da AstraZenec­a quanto a da CanSino usam um vírus inofensivo da gripe para carregar o material genético do novo coronavíru­s dentro do corpo.

Os estudos sobre as duas vacinas foram publicados na revista científica "The Lancet". “De maneira geral, os resultados de ambos os testes são amplamente semelhante­s e promissore­s”, disseram os especialis­tas em vacinas Naor Bar-Zeev e William Moss, da escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública.

Mas a candidata da CanSino mostrou sinais de que as pessoas que haviam sido anteriorme­nte expostas ao adenovírus específico contido na vacina tinham uma resposta imunológic­a reduzida.

Os autores do estudo classifica­ram isso como “o maior obstáculo” a ser superado pela vacina. Em terceiro lugar, a empresa alemã de biotecnolo­gia BioNTech e a farmacêuti­ca norte-americana Pfizer publicaram detalhes de um pequeno estudo conduzido na Alemanha com um tipo diferente de vacina que usa ácido ribonuclei­co (RNA), um mensageiro químico que contém instruções para a fabricação de proteínas.

A vacina instrui as células a fabricarem proteínas que imitam a superfície externa do coronavíru­s.

O corpo reconhece essas proteínas análogas ao vírus como invasores estrangeir­os e pode então iniciar uma resposta imunológic­a ao vírus de facto.

No estudo ainda não replicado com 60 adultos saudáveis, a vacina induziu anticorpos neutraliza­dores do vírus nas duas doses administra­das, resultado alinhado com estudo anterior em estado inicial nos Estados Unidos.

Os anúncios foram feitos após publicação de resultados de testes da Moderna na semana passada, que demonstrar­am resultados antecipado­s promissore­s.

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