Parlamento chumba censura ao Governo
O Parlamento búlgaro chumbou uma moção de censura ao Governo, apresentada pela oposição socialista, ao fim de três dias de manifestações contra a suposta corrupção dos oligarcas, noticiou, ontem, a Lusa.
A moção de censura foi rejeitada por 124 votos num Parlamento de 237 assentos, dos quais 102 deputados votaram a favor e verificaram-se 11 abstenções.
A iniciativa parlamentar da oposição visou o Governo de coligação de direita próeuropeia de Boiko Borissov, que conta com o apoio de dois partidos nacionalistas, “por causa de uma série de escândalos de corrupção”.
Em frente ao Parlamento, algumas centenas de manifestantes, maioritariamente jovens, pediam, ontem, a demissão de Boiko Borissov enquanto decorria a sessão no Parlamento. Na segundafeira à noite cerca de três mil pessoas bloquearam várias ruas do centro da capital, Sofia, empunhando cartazes de denúncia contra a “máfia”.
Borissov, 61 anos, no poder desde 2009, é confrontado, há duas semanas, pelos movimentos de contestação que se mostram abertamente contra os alegados privilégios de personalidades búlgaras ligadas ao poder, que beneficiam de supostas ajudas irregulares do Governo.
Boiko Borrissov afirmou que quer cumprir o mandato até ao final “para provar a independência” do Governo. Vários ministros do Executivo búlgaro estão envolvidos em escândalos económicos e financeiros, contestados pela oposição.
A votação da moção de censura decorreu numa altura em que Borissov se encontrava, ainda, em Bruxelas onde participou na Cimeira sobre a recuperação económica da União Europeia atingida pelos efeitos da pandemia da Covid-19.