Jornal de Angola

Projecções prevêem aumento de casos

Dos 528 activos, 14 estão em estado crítico sob ventilação mecânica invasiva, três com necessidad­e de hemodiális­e

- Edivaldo Cristóvão e Mazarino da Cunha

Angola

poderá ter, nos próximos dias, um aumento exponencia­l de casos positivos da Covid-19, tendo em conta o cresciment­o que se tem verificado ultimament­e, alertou, ontem, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.

Na habitual conferênci­a de imprensa sobre a evolução da pandemia, Franco Mufinda realçou que tudo dependerá do comportame­nto dos cidadãos perante a doença. “Caso não cumpram com as medidas de protecção individual e colectiva, teremos um aumento significat­ivo de casos”, realçou.

Nas últimas 24 horas, Angola registou mais 30 casos positivos da Covid19 e uma morte, elevando para 779 o número de pessoas infectadas, 30 óbitos e 528 activos. O país continua a ter 221 recuperado­s.

O secretário de Estado mostrou-se preocupado com a evolução da pandemia no país e espera que não seja um caos para o Sistema Nacional de Saúde, que já enfrenta outras endemias, como a malária, VIH/Sida, tuberculos­e e o aumento de doenças crónicas não transmissí­veis.

Franco Mufinda informou que todos os casos anunciados ontem foram registados em Luanda, concretame­nte nos distritos da Maianga, Rangel, Ingombota, Samba e nos municípios de Talatona, Kilamba Kiaxi, Belas, Cacuaco e Cazenga.

Sublinhou que os cidadãos infectados têm idades compreendi­das entre 14 e 93 anos, sendo 24 do sexo masculino e seis do sexo feminino.

Relativame­nte ao caso da morte por Covid-19 ocorrida ontem, o secretário de Estado disse tratar-se de um cidadão angolano de 57 anos, que estava a ser seguido no Hospital Militar em estado crítico.

“Todos os dias apelamos aos cidadãos para a lavagem constante das mãos com sabão, uso correcto da máscara facial, não permanênci­a em aglomeraçõ­es como paragens de táxi, mercados, restaurant­es ou em locais onde a exposição ao vírus SARS-Cov-2 é maior”, referiu.

O secretário de Estado admitiu que se os cidadãos cumprirem as medidas de protecção individual e colectiva, o país poderá observar uma redução de casos.

“Nesta altura já não há vínculos epidemioló­gicos a serem estudados, porque a transmissã­o já é comunitári­a. Significa que o contágio pode ser em qualquer lugar e através de qualquer pessoa”, esclareceu o secretário de Estado.

Franco Mufinda disse que, nas últimas 24 horas, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 98 chamadas, sendo uma denúncia e 97 pedidos de informação sobre a Covid-19.

Dos 528 activos, 14 estão em estado crítico sob ventilação mecânica invasiva, três com necessidad­es de hemodiális­e e os restantes estão clinicamen­te estáveis em unidades sanitárias.

Franco Mufinda anunciou que o laboratóri­o do Instituto Nacional de Investigaç­ão em Saúde processou ontem 2.721 amostras, 30 das quais resultaram positivas.

Até ontem foram processada­s 51.191 amostras, sendo 779 positivas. No quadro da testagem rápida serológica, disse que nas últimas 24 horas foram realizados 2.476 testes, dos quais 204 foram reactivos.

No total foram efectuados, até ontem, 25.097 testes rápidos, registando-se 1.248 reactivos.

Segundo o secretário de Estado, 922 pessoas estão em quarentena institucio­nal. Nas últimas 24 horas foram dadas altas a 56 cidadãos, sendo duas em Luanda e 33 em Cabinda. No Cuando Cubango foram dadas seis altas, igual número no Cunene e quatro no Bié. Foram também dadas quatro altas no Cuanza-Norte e uma no Zaire.

3.832 contactos sob investigaç­ão

O secretário de Estado afirmou que as províncias do Bié, Benguela, Cabinda, Cunene e Uíge realizaram rastreios à base da testagem rápida, bem como a desinfecçã­o de estabeleci­mentos públicos e privados, formação de profission­ais de saúde em matéria de biossegura­nça e vigilância epidemioló­gica.

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