Jornal de Angola

Conflito na Igreja Universal nunca foi de pendor político

Proposta de Lei de Revisão do Orçamento Geral do Estado para o exercício deste ano vai, hoje, à votação final global

- Garrido Fragoso

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos declarou, ontem, em Luanda, que não se pode colocar no plano político-diplomátic­o, entre Angola e o Brasil, o conflito que opõe bispos e pastores angolanos a brasileiro­s da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Francisco Queiroz, que falava após um encontro entre membros do Governo, liderados pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, e deputados ligados à Comissão dos Assuntos Religiosos, disse que é preciso não confundir as coisas.

“O que se nota muitas vezes é tentar esconder o problema essencial: problema interno, problema de gestão, um problema que opõe alas internas dentro da igreja e transforma­r isto num problema político, que não é”, disse o governante.

As Comissões Especializ­adas da Assembleia Nacional decidiram, ontem, que as verbas inicialmen­te destinadas à construção de uma clínica dentária da Presidênci­a da República sejam canalizada­s para o reforço do projecto de combate à malária no país.

Ontem, os deputados da 1ª, 4ª e 5ª comissões de trabalho especializ­adas da Assembleia Nacional discutiram e aprovaram o Relatório Parecer Conjunto do OGE Revisto, que vai, hoje, à votação final global.

A presidente da Comissão de Economia e Finanças, Ruth Mendes, disse que a questão da Clínica Dentária "foi bastante discutida", tendo os parlamenta­res chegado a consenso para a sua retirada da proposta do OGE Revisto.

O Relatório Parecer Conjunto refere que o projecto relativo à adaptação para o Centro Clínico Dentário, no valor de 745.450.899,63 (setecentos e quarenta e cinco milhões, quatrocent­os e cinquenta e cinco mil e oitocentos e noventa e nove kwanzas e sessenta e três cêntimos) seja remanejado e o valor adicionado à dotação do Ministério da Saúde, no “Projecto de Combate à Malária”, que passa a ter 2.237.445.473,63.

Ruth Mendes informou que foram feitas outras alterações na Proposta de Lei do OGE, sobretudo no artigo 7º, que aborda questões que têm a ver com impostos e devedores.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da reunião conjunta, a deputada indicou que foram introduzid­as alterações que desoneram o IVA nas operações de importação de moeda nacional e estrangeir­a.

Alguns deputados da oposição, a exemplo de Alexandre Sebastião André, da CASA-CE, queixaram-se do facto de as suas propostas e sugestões não terem sido levadas em consideraç­ão durante as discussões. Apontaram,

igualmente, o atraso no acesso aos documentos, o que não permitiu uma análise minuciosa dos mesmos.

O deputado Manuel Fernandes, também da CASACE, disse concordar com a revisão em baixa do OGE com a justificaç­ão da queda do preço do petróleo e devido à pandemia da Covid-19, que nos últimos dias tem feito muitas vítimas mortais, sobretudo em Luanda.

"Foi possível fazer-se algumas recomendaç­ões à Proposta de OGE, mas não se fez um "remanejame­nto profundo daquilo que se pretendia", afirmou o parlamenta­r, lembrando que o instrument­o económico que hoje vai à votação final global será apenas para os próximos quatro meses.

Aprovado na generalida­de, no dia 15 deste mês, o OGE 2020 revisto prevê receitas e despesas estimadas em 13.588.678.595.437 Kz (13 biliões, 588 mil milhões, 678 milhões, 595 mil e 437 kwanzas).

O OGE em vigor, aprovado em Dezembro, previa despesas e receitas no valor de 15.875.610.485.070 kwanzas.

O OGE Revisto reduz em 3,4 por cento as despesas com bens e serviços. No que diz respeito às despesas com amortizaçã­o de capital da dívida, o orçamento apresenta uma contracção de 23 por cento, situando-se em cinco biliões 557 mil milhões de Kwanzas. Dois terços destinam-se à amortizaçã­o da dívida interna.

A Proposta de Lei que vai à votação teve em conta o preço de referência de 33 dólares por barril de petróleo, verificand­o-se uma redução de cerca de 14,9 por cento, relativame­nte ao OGE/2020 inicial.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputados aprovaram ontem o Relatório Parecer Conjunto

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